Wednesday, April 11, 2007

Como se ensina alguém a amar...?

Todos nós temos no nosso passado histórias mais felizes e outras menos felizes. Não diminuindo o sofrimento de cada um, porque independentemente da gravidade da situação tudo depende da forma como cada qual a sente, é dificil quantificar quem sofreu mais ou quem sofreu menos...No entanto, faz-me alguma confusão a forma como algumas pessoas que passaram pelas mesmas situações reagem a elas de forma diferente.
Acho estranho a maneira como algumas pessoas se fecham ao mundo, à vida, às outras pessoas, ao sentimento, a tudo, apenas porque no passado sentiram que o seu íntimo foi de alguma forma agredido. Todos nós sabemos de situações que se passaram com amigos, conhecidos, conhecidos de amigos e amigos de conhecidos, ou até com nós próprios, extremamente violentas e nem por isso nos fechamos.
Parece contraditorio que eu diga que o sofrimento depende da pessoa que o sente, e portanto seria natural que cada um reaja de maneira diferente. Mas ainda assim, parece-me muitas vezes que te fechas como uma ostra sem que o teu passado seja assim tão sofrido...todos nós já passámos pelo mesmo que tu e nem por isso deixamos de acreditar...ou de sonhar...ou de arriscar novamente...
Ou talvez eu não compreenda nada e as tuas razões sejam diferentes...talvez o que sentes não seja medo e sim falta de vontade...ou desmotivação...talvez simplesmente não estejas para aí virada...
Mas quem se coíbe tanto de expressar sentimentos, com receio de se expôr só manifesta um fechar de olhos ao mundo à sua volta...sempre é mais fácil recolhermo-nos em nós próprios do que sentirmo-nos vulneráveis ao relacionamento com outras pessoas...seja a que nível for...além de que sempre dá menos trabalho, não nos obriga a cedências e sobretudo dá-nos maior liberdade...não é?
Como se a nossa liberdade dependesse do que sentimos pelas outras pessoas, como se o gostar dos outros nos obrigasse a perdê-la, como se uma e outra coisa não pudessem coexistir...
Para ser sincero, acho que a liberdade de sentirmos é, essa sim, a verdadeira independência...porque não nos agarramos a receios comezinhos que nos encerram em nós mesmos dando-nos uma falsa sensação de segurança...quando eu morrer também deixo de correr o risco de perder a vida.
Não era minha intenção ser tão ríspido nestas palavras...o meu verdadeiro objectivo era deixar fluir os pensamentos atè à conclusão. Mas a verdade é que não cheguei a conclusão nenhuma...e sobretudo não aprendi como ensinar alguém a amar....
Tu e eu somos como uma boa surfada...se um dia conseguirmos passar a rebentação vamos pegar a melhor onda da nossa vida...

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