Friday, October 28, 2005

Mal disposto pra quê??

Parece que hoje todos decidiram ficar de mal com a vida. Queixam-se que é do tempo...da cor cinza e da chuva. Pois eu decidi ficar bem disposto. É verdade. A vida é curta de mais para andarmos chateados. Agora está um solinho espectacular, e se nem sempre podemos ter sol, a chuva também traz coisas boas!!!
É verdade. Estou de bem com a vida...nem tudo está como eu queria, mas que se lixe. Estou vivo e de saude, tenho amigos, tenho casa, ainda vai dando pra uma saida de vez em quando. E logo logo o Verão está aí outra vez. Áté lá temos o S. Martinho, o Natal, o Carnaval e a Páscoa.
Animem-se gente!!! Pensem em todos aqueles que tem muito menos que vocês...nem que seja de espirito.
E além disso, temos fim de semana prolongado à porta!!

Thursday, October 27, 2005

O que é o Amor?

Foi-me pedido que desse a minha "definição" de Amor, e por isso aqui dou o meu modesto contributo, que é apenas uma descrição do que sinto quando amo. Não espero que concordem nem que discordem...apenas que fiquem a saber como o sinto.

Amor, mais do que um estado de espirito, é uma forma de vida. Não tem sintomas, tem efeitos. Traz coisas boas. Desperta o que de melhor temos em nós. Faz-nos querer ser uma pessoa melhor. Faz-nos cometer insanidades. Faz-nos dar importância às coisas mais insignificantes da vida. Faz-nos sonhar com o impossível. Faz-nos alcançar o que julgávamos inatingível. Faz-nos suportar o que acreditávamos insuportável. Faz-nos falar mais do que queremos, mostrar o que antes queríamos esconder.

Não é precisar de uma pessoa para viver, é vivermos como um só com essa pessoa. É partilhar, confiar, é querer avidamente conhecer o outro a cada minuto, em todos os minutos. É fazer nosso o que é do outro, e fazer do outro o que é nosso. É não precisar falar para dizer. É olhar nos olhos e sentir o que o outro sente. É sorrir quando queremos chorar. É interessarmo-nos pelo que antes não nos interessava. É contarmos os segundos que ainda faltam para estarmos com a pessoa que amamos. É termos a mesma paixão pelas coisas. É aprendermos em conjunto...um sobre o outro...e os dois sobre a vida. É sentirmo-nos invencíveis e imortais. É acordar em cada dia e agradecermos a sorte que tivemos. É ver a luz onde antes havia escuridão. É acreditar que o sentimento que temos ultrapassará a nossa própria morte. É viver cada dia como se fosse o último e sentirmos uma constante necessidade de demonstrar o que sentimos. É não precisarmos que o outro nos diga o quanto nos ama. É respeitar o espaço do outro, para que o outro respeite o nosso. É ter momentos que sabemos que nunca vamos esquecer, por mais simples que sejam...ficariamos dias por aqui, se conseguisse escrever tudo o que sinto.

E de uma forma um pouco mais poética...

É alimento e é fome
É dor e é prazer
É alegria e é tristeza
É dar e receber
É ser e deixar ser
É ouvir e dizer
É calor e é frio
É ensinar e aprender
É sentir e ser sentido
É respeitar e ser respeitado
É sonhar acordado
É respirar e ser respirado
É tudo e é nada
É...


K, já tirei o acento!!!

Wednesday, October 26, 2005

Por um momento...

Por um momento ainda pensei...
mas logo o sonho se esfumou. Vou para outro lugar. Aquele onde não doi. Sonhar sim, mas não nos deixemos levar pelo sonho. Já nos levou longe demais. Luto contra mim próprio, para me manter de pé. Tudo o que me apetece é deixar-me cair...fechar os olhos...dormir. E quando acordar verei que tudo não passou disso mesmo...de um sonho. E tentarei não esquecer esta lição que aprendi.

Tuesday, October 25, 2005

Paixão

Sinto o seu hálito quente junto ao meu
Envolvemo-nos num abraço
Percorro o seu corpo com a mão
Acaricio a sua volúpia
Sinto o toque suave das suas mãos em mim
Provo-lhe os lábios
Fechamos os olhos
Sinto-lhe o cheiro
Apertamo-nos um contra o outro
Dançamos em unissono
e mantemos uma cadência calma
O calor do momento faz-nos suar
Trocamos palavras ferventes
Boca com boca
Escorre a água pelos nossos corpos
logo se evaporando
Ouve-se o encostar da nossa pele
e os beijos devoradores
E num momento, ligados para sempre

Mundo Paralelo

Embrenho-me no silêncio monocromático do luar. Deixo-me envolver pelo som frio e apático da indiferença. Permito-me ser abraçado por essa neblina gélida de odor acre. O tempo passa por mim, ignorando-me. No peito, sinto uma massa endurecida, petrificada pelas agruras da vida. Protege-me da dor, mas embrutece-me o espírito.
Embalado no vento, sinto-me afastar...para bem longe, onde reina a solidão. A claridade da noite, ofuscada pela impessoalidade e inumanidade, ilumina o vazio a que chamarei casa.
Aqui não há emoções, aqui não há sentimentos. Aqui não há dor. Apenas a mecanização sistemática dos impulsos eléctricos que nos mantêm "vivos". Um cérebro desperto que comanda todos os outros órgãos, mantendo o organismo em actividade e a mente inerte.
Aqui não há pensamentos, aqui não há sonhos. Aqui não há desilusão. Apenas a reacção automatizada às necessidades básicas de sobrevivência: fome, sede, calor, sexo. Um plantio de seres humanóides estáticos que interagem num jogo de peças, cujo único objectivo é a sobrevivência da espécie. A evolução deixou de ser prioritária.
São 03h00 da manhã...acordo suado. Ou não estaria a dormir?

Sunday, October 23, 2005

Gosto!

Gosto do dia para trabalhar
Gosto da noite para relaxar
Gosto do sol para viver
Gosto da chuva para meditar
Gosto do calor para descansar
Gosto do frio para passear
Gosto da Primavera para acordar
Gosto do Outono para adormecer
Gosto da luz para apreciar
Gosto da escuridão para pensar
Gosto da musica para acalmar
Gosto do silêncio para me escutar
Gosto do branco para rir
Gosto do preto para chorar
Gosto do fogo para me aquecer
Gosto da água para nadar
Gosto da tinta para escrever
Gosto da grafite para apagar

Friday, October 21, 2005

Porque sonho, porque acredito?

Podem tirar-me tudo...a casa, o carro, o dinheiro, todos os bens materiais. Mas os sonhos ninguém mos tira. Contra tudo o que possa acontecer vou continuar a sonhar, vou continuar a acreditar...em tudo. Em contos de fadas, em histórias encantadas, em mundos fantásticos.
Acreditar e sonhar é o que nos preenche a vida. Ela já é suficientemente dura para vivermos sem sonhos. São eles que nos impelem, que ao acordarmos nos fazem dizer: "Este vai ser um bom dia!!". São eles que nos permitem aproveitar o que não podemos ter no mundo real.
Não quero para mim uma vida vazia, oca, despojada de sentimentos e esperanças. E por isso vou continuar a acreditar e a sonhar. É um direito meu, que me foi concedido quando nasci e não abdico dele...nem admitirei que ninguém mo tente roubar ou que me impeça de sonhar!
Porque o segredo da vida está em acreditar...

Thursday, October 20, 2005

...

Não sei de onde surgiu...
Não foram suas palavras, nem as de mais ninguém
Foi uma energia do íntimo

Uma tranquilidade pacificadora
acalmou esta tempestade
que se julgava duradoura

Não há vento, apenas uma brisa
uma paz tranquilizadora
uma nuvem que desliza

Algo me diz para confiar
Continuar o meu caminho
Ao meu Destino hei-de chegar

Todos os sinais apontam no mesmo sentido
algum tempo pode demorar
mas o final está definido

Faça uma pausa...

Há certas alturas da nossa vida em que sentimos que tudo corre mal, em que nada bate certo. E muitas das vezes é tudo uma questão de perspectiva. Se olharmos do angulo certo, seremos capazes de ver que no fundo as coisas estão como nós queriamos. Podem não estar a correr como esperávamos, mas o resultado é o que desejávamos.
Uma boa maneira de testarmos isto, é olharmos para o todo e não para aquele pequeno detalhe que não ocorreu de acordo com a nossa vontade. Assim como assim, o Destino já está marcado...a nós cabe-nos apenas escolher o caminho para lá chegar. E se os soubermos interpretar, veremos como a vida está repleta de sinais que nos indicam o caminho a seguir.
É natural que muitas vezes nos sintamos ir abaixo. Mas se mantivermos a fé e a esperança, lá chegaremos. É tudo uma questão de fazermos uma pausa, respirarmos fundo e meditar um pouco.

Tuesday, October 18, 2005

E ainda assim...

Por duas vezes já parti o queixo,
a cabeça foi só uma
Já dobrei uma costela, que ainda hoje está torta
Já torci um braço, até a mão ficar para trás
Uma vez cortei a mão, a pôr lenha num forno
De outra rasguei o interior do lábio
Uma outra cairam-me em cima das costas,
doeu-me durante semanas
Já me queimei no ombro
e ainda assim...

Monday, October 17, 2005

Capitulo VI

Recordou o que havia deixado para trás, o que o esperava caso decidisse regressar. Mas pensou novamente no que tão ansiosamente buscava e nos obstáculos e perigos que já havia ultrapassado e decidiu continuar.
Não iria seguir nenhum dos caminhos que os outros haviam tentado, pois não tinha conhecimento que algum deles tivesse tido êxito e traçou o seu próprio. Onde não houvesse pegadas ou marcas seria o seu caminho.
As raízes salientes das frondosas árvores dificultavam o andar e cansavam-no muito mais rápidamente. Três horas depois, decidiu parar e descansar. Uma árvore oca servi-lhe-ia de abrigo naquela noite. Nem deu pelo escurecer, já que não via o céu há muitas horas. Não era um quadro agradável e os ruídos estranhos que ecoavam inquietaram-no. Fechou os olhos e dormiu.
Na manhã seguinte, mesmo não tendo descansado convenientemente, sentiu-se novamente animado e impelido a continuar. Arrumou as coisas e meteu-se a caminho.

Friday, October 14, 2005

Onde estou?


Sinto-me completamente perdido. Assim como se de repente tivessem apagado as luzes e me tapassem os ouvidos...e às apalpadelas, no meio da escuridão, tentasse encontrar o caminho.
É uma sensação desagradável, a de andarmos em frente sem vermos onde estamos a pôr os pés. O receio constante de tropeçarmos em algo e cairmos, ou de que esteja um buraco no chão que nós não vemos. E mesmo que quisesse guiar-me pelo som, também não o posso fazer...taparam-me os ouvidos.
Como sair daqui?
Esperar que alguém venha e me dê a mão, levando-me? Se calhar teria que esperar muito...ou pouco, não sei. Vou andando aos pontapés no ar, para que nada me rasteire? Podia ser...mas e se o tecto for mais baixo do que eu penso?
Não sei que fazer...se me agachar para não bater com a cabeça, se esticar as pernas para não tropeçar....
Onde andas tu Anjo Mensageiro sem asas, Conselheiro-Mor do meu Mundo?

Thursday, October 13, 2005

Queres saber mais sobre mim?

Vem cá.
Senta-te aqui ao pé de mim.
Apetece-me falar-te um pouco de quem sou. Quero contar-te um bocadinho da minha história. Queres saber um pouco mais sobre mim? Pois bem, o que tenho para contar-te é do meu passado, pois o presente já o conheces...bem, se calhar ainda há coisas do presente para contar. Quero que saibas quem sou eu, o que fiz e o que deixei de fazer, o que penso e o que pensei...mas acima de tudo quero que saibas o que sinto e o que senti. Quero contar-te dos meus sonhos e das minhas realidades. Quero falar-te das pessoas com que me cruzei na minha vida, dizer-te quem são e de que forma contribuiram (bem ou mal) para o que sou hoje. Quero falar-te do que penso da vida, de tudo.
Mas para isso...
Vem cá, senta-te aqui ao pé de mim!

Wednesday, October 12, 2005

De onde....

Caem pequenas pérolas no colo
deixo-as rolar, sobre a pele nua
apanho-as uma a uma
e guardo-as numa caixa, lá em cima na lua
São de grande valor para mim
por isso as vou juntando
Representam bocados da minha vida
que vou sonhando
Tenho-as de várias cores
Algumas azuis, outras rosadas
Brancas, pretas, cinzas...
Gostaria de saber porque me foram dadas

Tuesday, October 11, 2005

O Bilhete

Sentados, imóveis, em silêncio
aguardam no banco da estação
a chegada do mesmo comboio
No escuro, a névoa adensa-se
e o frio aconchega-os
Virá atrasado ou já passou
nenhum sabe
apenas a menina da bilheteira
Porque esperam afinal?

Aaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhh!!!!!

Tou farto de tudo...hoje estou mesmo pelos cabelos. Que raio de vidinha mais ingrata...Só me apetece é ter uma daquelas explosões que tinha quando era miudo e atirar qualquer coisa à parede!! AAAAAAAAhhhhhhhhhhhhhhhh....Está tudo como este tempinho de caca....chuvinha que não é chuvinha....sol que não é sol...nem frio nem calor....que coisa mais sensaborona!!!
Ainda ontem pensava nas pessoas que circulavam numa grande superficie de mobiliário que está muito na moda (não vou dizer qual é...mas começa por I, acaba em A e tem KE no meio!) e olhava com desprezo para os apaticos que por ali andavam, com um olhar completamente embasbacado. Andam ali, parecendo hipnotizados, só faltando babarem-se...de tal maneira acéfalos que até me estava a arrepiar. E afinal, concluo que não sou assim tão diferente deles...a unica coisa que nos distingue é que o que eles fazem nas grandes superficies, eu faço-o na minha vida!
Que tédio....só me apetecia dar um chuto em mim próprio e andar com tudo para a frente...e levar na frente quem se atravessasse no meu caminho...

Acorda

Ouves o silêncio da noite?
Pst...escuta-o atentamente
É um farol no céu coberto de nuvens
Segues-lhe a luz?
Talvez uma noite o vejas
é um caminho a percorrer
Tomas-lhe a direcção?
Quem sabe, se um dia o conseguires...
é um bater do coração
Sentes-lhe o pulsar?
Pode ser que um dia lhe toques
É um sono a despertar
Sabes que está lá?
É a Vida, corre atrás dela
não a deixes escapar

Monday, October 10, 2005

O Caminho

Vives a vida com indecisão
procurando respostas no lugar errado
Quem tas vai dar não é a razão
irás encontrá-las noutro lado
Deves ter mais convicção
e confiar mais em ti própria
Usando a instrospecção
Obterás uma resposta sóbria
Tudo tem solução
Irás ver isso na certa
Ouve o teu coração
ele te dará a resposta correcta

Sunday, October 09, 2005

Será que mudei?

Pairo pela duvida
Suspenso na incerteza
Sem saber para onde me virar
Escuto-me
E tento perceber-te
adivinhando o amanhã
Terei deixado de ser quem fui?
Terei perdido o que me foi dado?
Penso, repenso e volto a pensar
Remôo na minha mente
esperando compreender

Poema

Tirei uma à Lua
Juntei-a com a do mar
Quis assim que ficasse tua
uma prenda para te dar
Áquelas duas juntei a do Sol
a par com uma das estrelas
Para te mostrar o que sinto
porque palavras não te posso dizê-las

Saturday, October 08, 2005

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, canta, chora, dança, ri e vive intensamente, antes que a cortina se feche e o espectáculo termine sem aplausos!"

Charlie Chaplin

A Felicidade...

Alguém bateu à porta
Vacilei... Não quis abrir!
Pensei que fosse a saudade
Que me viesse perseguir...

Bateu de novo com força,
Mas com o tempo desistiu,
Foi e, em silêncio,
Para sempre partiu!

Partiu, e p´ra trás deixou
Estas palavras fatais:
“Eu sou a felicidade
E não voltarei nunca mais!“

Mensagem do dia: mantenham a vossa "porta" aberta! Nunca se sabe quem está do outro lado... Mas às vezes há que arriscar!

Ana Filipa, 06/09/2004, http://www.oitaven.pt/~filipa/

Friday, October 07, 2005

Mais fortes que tudo!!

As palavras, levou-as o vento
no sopro de uma baforada tua
Como se perdessem
a sua importância e o seu valor
Como se as tivesse dito
sem intenção
Mas o mais importante
fica cá, aqui...dentro
Não se deixa levar assim
na insignificância
Tem raízes profundas
e sustenta-se na verdade
Não cai por terra
com a tua incredulidade

Thursday, October 06, 2005

Baaaahhhh....

A vida poderia ser tão mais simples
se tudo dependesse apenas de nós
se não tivéssemos que esperar por ninguém
se pudéssemos tocá-la para a frente
conforme nos apetecesse
Queria apenas fechar os olhos e dormir
e quando acordasse tudo estivesse resolvido
que o novelo estivesse desenrolado
e tudo começasse a andar

Tuesday, October 04, 2005

"Mesmo que o céu esteja escuro ou cheio de nuvens, o Sol está sempre por trás. Só temos que acreditar para o poder sentir".

Pela melhor Mãe do mundo...a minha!!!

Vou-os contando...

Juntei mais um
a uma colecção que se espera longa
Recebi alguns presentes
muitas mensagens amigas
mas a prenda mais esperada
ainda não foi desta que a recebi
Não me julgo infortunado
antes pelo contrário
Os principais, aqueles que contam
lembraram-se
E outros que, se calhar, não se esqueceram
não puderam
Mas aquilo que mais tinha pedido
terá que ficar para outro
Começo uma nova etapa
com direito a eclipse e tudo
Espero que seja um bom presságio
e que esta que agora se inicia
seja no mínimo tão boa como a que findou

Feliz Aniversário Walter

Saturday, October 01, 2005

Tão perto, tão longe

Vejo-as correr no teu rosto
descendo a tua face
Queria apanhá-las
e devolver-tas
Para que as pudesses guardar
e nunca mais as libertasses
Queria que acendesses
a luz do teu sorriso
e que nos teus olhos
brilhasse o reflexo das estrelas
Queria dizer-te ao ouvido
uma palavra de conforto
Voltar com o tempo atrás
ou empurrá-lo para a frente
e levar-te desta hora

Monólogo a dois

Ainda bem que estás aí. Estava mesmo a precisar de falar, e ninguém melhor que tu para me entender. Desabafar algumas coisas em que tenho andado a matutar e que nunca mais consigo deslindar.
Sabes, o principal problema é que as pessoas falam por enigmas (aliás até eu já estou a apanhar essa mania). Parece que temos medo de dizer claramente o que queremos, o que sentimos, o que somos. E à conta disso tenho dito e feito coisas que até a mim me custam entender. Eu sempre tentei levar a vida da maneira mais simples e prática possível. Sempre fui muito pão pão, queijo queijo. E ultimamente vejo-me envolvido em jogos de palavras e ideias, em mímicas de atitudes e comportamentos, que se tornam cada vez mais difíceis de compreender. Ao fim de algum tempo isto torna-se fisica e mentalmente desgastante. Estamos constantemente a pensar no jogo ou teatro que vamos representar amanhã.
No outro dia, uma amiga dizia-me que estes jogos fazem parte, tornam a coisa interessante...não me recordo se ela o chegou a dizer, ou se fui eu que o pensei, que chegam a assemelhar-se aos preliminares da relação sexual. Mas o que é suposto é que as partes envolvidas participem do jogo não é? Diz-me, tu consegues entender todas as minhas "manobras"? Entendes os jogos que faço com as palavras? Ou, como eu, também te baralhas às vezes? Pois, também me pareceu...
Sabes, muitas, tantas vezes quero a tua companhia e sou incapaz de to dizer...e tu também não dizes nada, encontramo-nos assim por acaso, como hoje. Não gostavas de estar comigo mais vezes? Então porque não o dizes claramente? Estás a ficar como eu. Ou eu como tu. Pomo-nos com jogos de palavras e esperamos que o outro leia nas entrelinhas. Não te critico. Eu faço o mesmo. Acho que contigo e, ultimamente, com toda a gente. Mas contigo não devia ter necessidade de o fazer. Logo contigo, que me conheces tão bem. Devia falar-te abertamente, dizer-te as coisas em português claro e não andar com rodeios. Com tanta volta ainda fico tonto. Fico eu e ficas tu. Ficamos os dois. Andamos nisto há tempos e nunca mais saímos do mesmo sitio. É um ciclo vicioso. Jogas tu, jogo eu. E falo por mim, quando digo que me sinto compelido a fazer determinadas coisas, uma vez que não conseguimos falar abertamente...Pois bem, tenho vontade de mudar as coisas...que me dizes? Vamos tomar um café, almoçar, qualquer coisa? E durante esse tempo falamos abertamente um com o outro...e só diremos a verdade...de forma clara e objectiva. Que te parece?

Medo...

Quero correr atrás do Amor
mas tenho medo
medo de tropeçar e cair
Quero viver a Vida
mas tenho medo
de a enfrentar e sofrer
Quero lutar pelo Sonho
mas tenho medo
de acordar e ter que partir
Quero percorrer o teu Coração
mas tenho medo
de me enganar e me perder
Quero fazer parte de Ti
mas tenho medo
de arriscar e agir