Friday, February 24, 2006

Virás?

E enquanto espero por ti, vivo na esperança de que virás, de que te levarei e trarei comigo. Dir-me-ás que sim, que queres vir comigo. Nada de especial tenho para te dar, mas simplesmente adoro estar contigo...como há dois dias atrás estivemos tanto tempo juntos.
E adorei o que fizemos. Algo tão simples, tão irrisório, mas tão carregado de significado porque para ti representa uma nova etapa na tua vida e para mim um prazer enorme estar a participar dela.
Mas não consigo ainda compreender-te. Dás com uma mão e tiras com a outra...fico confuso. Apenas certo do que quero. Até agora ainda não me disseste que não virias e isso dá-me esperança de que venhas a aceitar...algo tão simples, tão comum, mas tão importante para mim.
Faz-me feliz...diz-me que vens...tenta a tua felicidade também!!

Wednesday, February 22, 2006

No fim desta tarde!

Não sei se conseguirás alguma vez sonhar
de que tamanho me tornaste
quando na penumbra do dia
me fizeste ouvir a tua voz para me chamar

E mesmo sentindo-te cansada
deixaste as horas voar
e um pouco a medo deixaste-me entrar
abriste-me as portas da tua casa tão sonhada

Eu quis saber de ti
e em momentos perdeste o receio
deste-te a conhecer
e gostei do que te senti

Eu vivo-te
percebo-te na duvida
como que avaliando o que espreita
escutando alerta quem se aproxima

Não tenhas receio, acredita, confia
Estou aqui de alma limpa
Vem comigo, dá-me a mão
Experimenta-me

Dou-te o tempo que precisares
Dou-te o espaço que quiseres
Seguiremos ao nosso tempo
Daremos os passos que temos a dar

Monday, February 20, 2006

Querias saber o que era...

Não é medo de ficar
é a dor de estar só
É a saudade de perguntar se podemos ir
É a recordação de um abraço
É o chegar a casa e afogar-me no silêncio
É ver os filmes sozinho
É não ter com quem discutir o que vai ser o jantar
É ser pequeno demais para aquela cama
São as minhas roupas sozinhas nas gavetas
É o passar o dia isolado naquele escritório
É rir e chorar sem companhia
É uma escova de dentes sem par
É uma almofada que não se usa
É o sentar-me sempre no sofá pequeno
É ser sempre eu a escolher o canal da televisão
É ouvir sempre a mesma rádio
É fazer sempre o mesmo caminho e o mesmo tempo
É sonhar constantemente para adormecer
É vontade de chorar duas lágrimas em vez de uma
É acordar todos os dias à mesma janela
É uma colher, um garfo, uma faca
É não ir de férias...porque enfim...sozinho não tem graça
É lembrar os telefonemas a meio do dia "Como é logo?"
É escrever isto por não ter a quem o dizer
É o querer que me adormeça nos braços enquanto lhe acaricio a cabeça
É ter vontade de comer uma sobremesa a meias
É andar no carro sem ninguém
É não andar em mais lado nenhum por não ter ninguém
Bem, acho que percebes a ideia...

Sunday, February 19, 2006

Quem és?

Tanta coisa escrita a pensar em ti
Sem saber o teu nome
sem nunca te ter conhecido
Sentimentos que há muito vivem aqui
buscando quem com eles se identifique
quem os quiser receber
Esperando agitados e ansiosos pela tua chegada
vivem do sonho e do desejo
Alimentam a esperança de te encontrar
Que compreendas, assim, porque nasceram
porque latejam ainda em mim
Ainda que não tivessem o teu nome
é a ti que os quero dar

Saturday, February 18, 2006

Não a esqueceremos!

Expirou num momento
No seu ultimo sopro de vida
Lembrança, doçura, sentimento
Fica agora entre nós

Acarinhou a vida com Amor
Alegria, Altruismo e Felicidade
Findou-a com sacrifício e dor
nos ultimos instantes da sua jovem idade

Plena de sentimentos puros
Sempre com uma palavra amiga para dar
Mesmo nos momentos mais duros
Revelava meiguice no olhar

Vai agora...
Deixemo-la partir
Recordemo-la com saudade
Lembremo-la dia a dia

à minha tia Nanda 15/08/1950 - 18/02/2006

Thursday, February 16, 2006

Filosofia de Vida

Fechados que estamos nestas arenas, presos ao sentimento de revolta e desgosto, amargurados pela tristeza, deixamos de acreditar no futuro.
Enclausuramo-nos em conchas que supostamente nos protegerão dos perigos e injúrias do exterior, mas que mais não fazem do que limitar-nos a uma existência sem vida, sem fogo, sem paixão.
Não sou eu, não sou assim e por isso me custa tanto entender os que preferem cobrir os olhos com as mãos, tentando assim não sentir, receando a euforia de viver e o risco de morrer, agarrando-se ás suas memórias numa vã tentativa de reaver o passado e preconizando, deste modo, uma falsa segurança proporcionada pela irreal forma de viver que escolheram. No fundo, preferem permanecer em território conhecido, ainda que virtual pois o passado é o que era, num meio que lhes é familiar, tal como uma fotografia imobilizada no tempo e que, por definição, não se alterará - nem para melhor nem, certamente e mais importante, para pior.
Eu optei por um outro caminho. O caminho da incerteza, do desconhecido, do risco. E é essa ignorância do futuro que catalisa a adrenalina no meu organismo e me faz sentir vivo. É a constante sensação de que por muito bem que esteja hoje, amanhã poderei estar melhor. Porque, ao invés dos outros, eu não escolhi a fotografia...se hoje não estou mal, amanhã pelo menos não vou estar pior...vou estar igual - pensam eles.
Por isso não estagno, não me resigno, não me conformo. Enquanto os elementos que compõem o meu cenário não estiverem no sítio certo, é tempo de ir à luta, de batalhar, de trabalhar por aquilo que quero, onde quero e quando quero.
Idealista, sonhador, irrealista...chamem-me o que quiserem...Minha vida é realizar os sonhos que idealizei.

Tuesday, February 14, 2006

O Lago

Um pequeno botão branco reluz no céu iluminando as águas por sobre as quais caminho agora. Pé ante pé, vou deslizando na sua superfície espelhada, reflexo de um lago tranquilo, no silêncio da noite.
Ouço os grilos que enchem a noite com o seu canto sereno e ritmado marcando o tempo em que entram as cigarras e o mocho. Estás por perto, sei que sim. Vou chapinhando nas tuas margens, arrastando as pernas lentamente, sem pressa de chegar a lado nenhum.
É aqui no sossego desta noite que quero ficar, contigo a olhar para mim, assim envergonhada e nervosa, sem saberes muito bem o que dizer e com tanta vontade de falar.
É aqui na tua companhia e na nossa solidão que quero ficar. Quero dizer-te coisas que nunca disse a mais ninguém, quero que me oiças atentamente, e que depois me fales de ti.
É aqui no silêncio da nossa cumplicidade que quero viver. Estou confuso, sei que estou. Ou receoso de confiar nestes olhos que me enganaram uma vez. Já não posso confiar na minha razão, toldada que está pelo desejo.
É aqui no calor do teu abraço que quero dormir e finalmente descansar. Esquecer todos os meus receios e acreditar em ti. Quero aliviar o peso que trago nos ombros e sentir que cheguei a casa, que é a ti que pertenço, que é contigo que vou ficar.
E hoje senti isto novamente, quando vi esse botão brilhar no teu olhar.

Monday, February 13, 2006

Quantos de vocês...

Já olharam bem, com olhos de ver para a vossa vida? Quantos de vocês já se sentiram realmente felizes por terem aquelas pequeninas coisas que lhe dão sentido? Coisa simples...não falo de uma boa casa ou um bom carro, de um bom emprego ou de um bom ordenado. Falo de coisas pequenas, às vezes tão insignificantes que parecem triviais e nem lhes damos importância. De coisas tão simples que só lhes damos valor quando lhes sentimos a falta. De coisas tão importantes, que apesar de nem darmos por ela, não conseguimos viver sem elas.
Não esperem por perdê-las para as apreciarem. Valorizem-nas tanto quanto elas merecem e tanto quanto precisam delas!
Ás vezes é um abraço, um beijo, uma palavra amiga...qualquer coisa...o que sentirem que vos faz felizes! Façam-no, porque a vida é de facto demasiado curta para ser desperdiçada e sobretudo o nosso tempo é demasiado valioso para ser perdido!

Bjnhos e abraços a todos quanto lêem este espacinho e a todos aqueles a quem este post consiga chegar!

Friday, February 10, 2006

Busílis Basilar

Vivo vidas que não são minhas, em mundos a que não pertenço. Choro lágrimas aquecidas por este fogo, alimentado pelo vento que sopra sobre a terra, aguardando a chegada de um quinto elemento.
Caminhando ansiosamente no limbo entre a realidade e o sonho, agradável forma de preencher as lacunas do meu mundo com histórias imaginárias, seres de ficção e relações solidárias, tristezas reais e companhias solitárias.
Lado a lado, acompanham-me almas que padecem e se compadecem com a minha natureza inintelígivel para os inexperientes desta caminhada, que sós ou relacionadas se sentem tão incompletas como eu. Descrentes e desacreditadas, acreditamo-nos umas às outras numa fé fatal, fatídica e fadada de que o nosso fado não é este, mas caminho fundamental.
Sinto-me cansado das longitudes que já toquei e das latitudes em que andei, vinte e quatro vezes trezentos e sessenta e cinco menos hoje. Estou extenuado pelas securas, agruras e amarguras que me castigaram e fustigaram a couraça que enverguei, de todas as vezes em que caí e depois me levantei, empurrado e esmagado neste caos sem ordem nem lei, desta estátua ambulante que não era e me tornei.
Gostaria de me sentar, pegar numa escova e pentear as ideias, que ficassem alinhadas como as avenidas de uma cidade moderna, organizadas e orientadas a sul, para que apanhassem o sol de nascente a poente, deitadas à brisa dormente de um final de tarde de verão, com cheiro a mar e limonada fresca, depois de um banho perfumado a caminho de uma festa, com roupa lavada e o cabelo cortado.

Tuesday, February 07, 2006

Porque sim!



Chateia-me ter que mostrar um sorriso quando não me apetece sorrir. Chateia-me ter que me mostrar bem disposto quando tudo o que quero é estar sozinho. Porque toda a gente me vê sempre alegre não tenho direito a estar chateado, triste, irritado ou simplesmente cansado.
Porque detesto que me perguntem o que tenho. Porque detesto que me perguntem o que se passa. Porque detesto que me digam que não estou bem. Porque detesto ser obrigado a estar feliz e com um sorriso nos lábios 24 horas por dia.
Porque não quero que saibam. Porque ninguém tem nada a ver com isso. Porque só quero falar quando me apetecer. Porque sou diplomata e quero estar sempre bem com toda a gente. Porque quero que pensem em mim como aquele rapaz que está sempre bem disposto. Porque quero que pensem que a qualquer momento se podem apoiar em mim. Porque quero que julguem que sou sólido como uma rocha e que estou sempre disponível. Porque quero ser sempre eu a ajudar os outros.
Porque hoje estou de facto cansado. Porque hoje sinto que também eu merecia. Porque achei que era a minha vez. Porque peço tão pouco e sinto que dou tanto. Porque não quero nada em troca. Porque quero que todos estejam bem. Porque quero que sejamos felizes.
Porque faltaste hoje?
Obrigado pela imagem G.

Monday, February 06, 2006

Porque será?

E agora, no meio de todo este alvoroço, consigo manter-me tranquilo. Estou a estranhar conseguir dominar a ansiedade e a agitação, e sentir-me seguro. Terá sido pela sinceridade? Não sei, não faço ideia. Apesar de continuar a fantasiar e a construir sonhos, é apenas algo que quero sem deixar que isso me entusiasme em demasia. Fico feliz quando penso nisso, quando penso em ti. Fico feliz quando penso no que pode acontecer, quando sonho com o que gostava que acontecesse...mas sinto-me calmo ainda assim. Custa-me esperar, mas já não me doi. Custa-me a distância, mas já não me fere. Contigo, apenas tenho coisas boas...

Friday, February 03, 2006

Receita

Não há fórmulas para a felicidade, mas aqui vai uma modesta recomendação.
Confiem na sorte, deixem o acaso fazer o seu trabalho e escutem o vosso coração. Ajam de acordo com vós próprios. Escutar opiniões é bom, mas em certos casos é preferível fazerem aquilo que acham certo e não o que os outros acham!
E depois, é só aproveitar as oportunidades que surgem, sem medo!! Confiem, pq o q é pra ser será mesmo!!!!!


P.S. : desculpem os pq e os q...estive a mandar umas sms!!

Thursday, February 02, 2006

Aromas e Cheiros

É engraçado ver como os aromas e os cheiros são capazes de despertar em nós determinadas recordações. Há pouco entrei no carro e senti um aroma que há muito não sentia...e um aroma bem característico. Fez-me lembrar duas pessoas a quem eu e os meus pais muito devemos: a Edite e a Tété. Duas primas da minha mãe que nos acolheram durante dois anos na sua casa, em 1975, quando chegámos a Portugal, apenas com a roupa que trazíamos no corpo e uma pequena mala com os pertences de um bébé nascido havia 28 dias.
Nunca esquecerei estas duas pessoas, não só pelo que fizeram por nós, mas pela ternura com que me tratavam. Desde darem-me de comer, a vestirem-me, brincarem comigo e inclusivamente fazerem-me diabruras (de uma das quais tenho hoje uma fotografia), trataram-me quase tão bem, porque igual é impossível, como a minha mãe.
Há uns meses atrás, estive com a minha mãe precisamente na rua onde morámos nessa altura, uma paralela à Av. da Igreja, em Alvalade, e é curioso como, apesar da minha idade, ainda me lembrava perfeitamente onde era a casa. Também a minha mãe adorou, não só o passeio, como o relembrar desses tempos em que no meio de preocupações e desespero, houve sempre lugar para tanto amor e carinho. O meu pai, apesar de não estar presente, certamente também se lembraria da rua, das lojas, dos vizinhos, do quarto onde tanto se esforçou a estudar para proporcionar à nossa familia (irmã incluida, que viria a nascer dois anos mais tarde) a melhor qualidade de vida que pudesse. Nem sabem eles o quanto lhes estou agradecido por tudo o que fizeram e têm feito, tanto por mim como pela minha irmã.
Foi bom por momentos recordar essas histórias que se passaram há 28 anos e que nunca esqueci e jamais esquecerei. Obrigado mãe, obrigado pai...e em especial (neste post) muito obrigado a ti Edite e a ti Tété por tão desinteressadamente nos terem ajudado quando mais precisámos!!!

Um beijo grande do Nicas (batatinha...miudinha...douradinha, acabada de fritar!)

Wednesday, February 01, 2006

Caminhos

Afinal não foi em ti que encontrei o que tanto procuro. Mas por sorte, acredito que o Acaso me pôs no caminho certo. Simplesmente não era para ser, talvez. Ou então era para ser como está a ser. Se calhar, se as coisas se tivessem passado de forma diferente, não teria seguido este caminho, nem tu o teu, nem ninguém o seu. E se era assim que as coisas tinham que ser, pois bem, ainda bem que foram porque estou a adorar percorrer um novo caminho. Um caminho que sinto meu por natureza, e não porque quero que seja o meu. Espero que desta acerte.