Wednesday, August 31, 2005

Menina

Ensejo Ana ser seu nome
Amar garrida menina
Um fruto de amora numa silva
Um bosque de teixos numa eira
Sucumbe lentamente na alameda
Por não querer viver na montanha

Procuro a Luz

Sigo em silêncio pela noite
Sem candeias que iluminem o meu caminho
Passo ante passo
Traço sem Destino
E pergunto à Lua:
-Para onde vou?
E ela despida e nua
não me sabe responder.
Pergunto às estrelas:
-Para onde vou?
E elas tristes e singelas
não me sabem responder.
Pergunto a um cometa:
-Para onde vou?
E ele cansado e em tormenta
não me sabe responder.
E pergunto á noite então:
-Para onde vou?
-Que te diz teu coração?
-Meu coração há muito perdeu a razão!
-Serei então tua companheira
guiar-te-ei na escuridão.

Tuesday, August 30, 2005

Sentimento

E quando quiseres apagar este fogo que arde dentro do meu peito, terás que beber a água de mil oceanos e vertê-la sobre mim!

Sunday, August 28, 2005

Assim é

Basta-me fechar os olhos e vejo-te...e já falta pouco para te ouvir!

Friday, August 26, 2005

Agora sei

Agora sei porque tenho que atravessar o deserto...

Sinto

Sinto que tudo aquilo que tinhamos se foi com o tempo...que te deixaste levar pelo vento....

Thursday, August 25, 2005

Saudade

P'ra cá e p'ra lá dançam
os ramos do salgueiro empurrados pelo vento
Manhã fresca de final de Verão
sinal de que passa o tempo
Desenham o teu rosto no ar
e no meio da folhagem
assobiam a tua voz
Na sua frente me fui sentar
contemplando apenas a beleza
de tranquila árvore
que me diz, sem aspereza
Espera....está quase!

Wednesday, August 24, 2005

... e quando penso que não aguento mais, prolongo a recordação e então sei que aguento tudo!!...

Out of África
"Por vezes o entendimento descontrai-se para que a esperança se divirta com o que a imaginação sonha"

António Solis

Tuesday, August 23, 2005

Escrever?

Cada vez se torna mais dificil transcrever para o papel as expressões da alma.
O silencio ensurdece-me com o seu grito pavoroso, e uma névoa densa ilumina-me a lucidez. Sinto uma felicidade triste, acentuada pela tua presença constantemente ausente, e o raciocinio torna-se ilógico toldado pelas emoções. Faço disparates atrás de disparates convicto de estar a fazer o melhor. Numa tentativa vã de compreender com maior nitidez, fecho os olhos e desligo-me do mundo. De diversas formas, junto os pormenores...um par de olhos amendoados inocentemente infantis, um nariz esculpido, uma boca desenhada. Recordo esse rosto numa lembrança longinqua de um momento. E, contudo, agora sou incapaz de o ver...por isso imagino-o, atribuindo-lhe detalhes que julgo verdadeiros.
Resta-me apenas uma voz grave para quem é, a pausa que faz no cumprimento demonstrando insegurança na hesitação. E lembro-me do sorriso inocente, do brilho nos olhos, das mãos perfeitas e do andar determinado.
Sinto de novo aquela cumplicidade, clara nos olhares, aquele sentimento de pertença mútua e a reciprocidade correspondida.
Em tão pouco tempo, acumulámos anos de vida, repartimos experiências.
Olhaste-me no intimo e eu deixei, eu quis. Conquistaste-me com a tua inocência, com a tua pureza...Num instante, encarnaste os meus ideais, os meus desejos, os meus sonhos. Senti o que sentiste e gostei, mesmo que esteja enganado, e desde então nada mais me importou.
Tu completas-me.
"Morre lentamente quem não arrisca o certo pelo incerto, para ir atrás de um sonho"

Pablo Neruda

Monday, August 22, 2005

Meu Deus....

É a senilidade que se aproxima....Meu Deus, porque me Escolheste a mim?? Com tanta gente que por aí anda, porquê eu?? Bem sei que não sou só eu, que somos todos, cada um à sua maneira, mas eu sinto-me especial aos Teus olhos. Porque me hás-de dar só coisas muito boas, ou pôr as muito más a sobrevoar-me como abutres que esperam que morra, para se deliciarem com os meus restos??? Porque não um meio termo? Porque não uma vidazinha pacata, sem grandes emoções nem devaneios? Bem sei que não sou assim, que não é isso que quero, mas sentir-me castigado desta maneira....porque me dás três assim de seguida? Sinceramente não compreendo em que isto me irá ajudar, mas decerto depois me Hás-de explicar. A minha pobre cabecinha já começa a não conseguir manter a sanidade com estas indecisões. Não me Entendas mal, mas o Homem é fraco e sinceramente, mesmo estando preparado para uma dificil caminhada, assim não sei quanto tempo mais vou aguentar. Bem sei que Te pedi muita coisa, mas não era bem assim que tinha imaginado que fosse acontecer. Agradeço que me Tenhas ouvido, mas por favor, tenta ter um pouco mais de compaixão por mim e pela minha saude mental. Começo a duvidar se não terei já perdido algumas cartas do meu baralho e onde irei parar se as coisas continuarem a acontecer desta maneira. Dá-me uma luzinha....uma pista....Estás a pôr-me a prova? A ver se sou merecedor do que Te pedi? Se sei que Estás aí???? Enfim, vou acreditar que o Fazes com o intuito de que aprenda alguma coisa com tudo isto e que Queres apenas manter-me no bom caminho. Não me Leves a mal e desculpa-me este desabafo, mas às tantas torna-se dificil aguentar estas coisas cá dentro. E mesmo sentindo isto, agradeço-Te porque sei que o Fazes sempre com a melhor intenção!!! Um abraço

Friday, August 19, 2005

Querubim

Ouvi a voz de um Anjo
Mensageiro sem asas, Conselheiro-Mor do meu Mundo
Trazia consigo palavras de esperança e sabedoria
Não para mim, mas a mim me confortou
Falou com voz de criança pensamentos maduros
E em curta missiva, disse tudo
Tudo o que tinha que ser dito, tudo o que precisava ouvir
Fiquei a saber que não estou sozinho
Espero que tão sábia mensagem encontre o seu destinatário
E que este aprecie a sabedoria dos conselhos

18/08/2005

Thursday, August 18, 2005

Fiquei feliz

Esta noite olhei o céu
e vi uma unica estrela
O reflexo do teu rosto
e o brilho dos teus olhos
Nada se ouve, apenas silêncio
A tua voz sussurra-me ao ouvido
pensamentos que julgo teus
E acreditando na sua verdade
dormirei mais feliz
Esperando que, um dia,
no céu se reflicta
o teu rosto junto ao meu

Continuarei

Sinto muitas saudades. Sinto muito a tua falta. Sei que nada podes fazer. E sei que se calhar não o devia dizer. Mas, por vezes, torna-se muito dificil contê-las dentro de mim. Tenho-o feito há muito tempo e agora tenho que soltar um pouco desse sofrimento. Espero que me entendas, que compreendas porque o faço. Apenas porque a dor é imensa e se não o fizer, se não deixar sair cá para fora um pouco, tenho receio de me tornar amargo. E já me basta que nestas alturas me sinta triste.
Deixa-me aliviar, um pouco, a carga que trago aos ombros. Assim, sem magoar nem prejudicar ninguém.
Não quero repartir este fardo, pois fui eu que o escolhi e que o pus às costas e só a mim me cabe carregá-lo. Quando o fiz sabia, e continuo a saber, o quanto me iria custar. E ainda assim não me arrependo. Porque o fardo não é só sofrimento, é também alegria, prazer, é amor.
Carrego-o por opção, porque para lá chegar tinha que o trazer comigo. E sei que lá chegarei.

17/08/2005

Reviver

Fecho os olhos e volto atrás. Áquele dia. Lembras-te? Sim, esse mesmo. Fecho os olhos e vivo-o novamente como se fosse hoje, como se fosse agora. Sinto os cheiros, ouço os sons, vejo as cores. Tudo está a acontecer neste preciso momento. Todos os pormenores, todos os detalhes gravados nitidamente em mim.
Sinto as emoções, a alegria, o nervosismo, a confiança, a intimidade. Não são de agora, não eram de então. Já eram de há muito tempo. Não de há um ano, não de há um século, não de há um milénio...mas do princípio do Mundo. Do tempo em que havia uma só particula, que se foi dividindo em várias outras. E agora torna a ser apenas uma.

16/08/2005

Tuesday, August 16, 2005

Almost Here

Será que te ouvi bem
Porque me pareceu que disseste
Vamos repensar isto

Tens sido a minha vida
E nunca planeei
Envelhecer sem ti

As sombras sangram pela luz
Onde uma vez um amor brilhou intensamente
Veio sem uma razão

Não desistas de nós esta noite
O amor nem sempre é a preto e branco
Não te amei sempre?

Mas quando preciso de ti
Estás quase aqui
E eu sei que isso não é suficiente
E quando estou contigo
Fico quase em lágrimas
Porque só estás quase aqui

Eu mudaria o mundo
Se tivesse uma oportunidade
Oh...não me deixas?

Trata-me como uma criança
Abraça-me
Por favor protege-me

Ferido e magoado pelas tuas palavras
Petrificado e destruido pela dor
Não te amei sempre?

Mas quando preciso de ti
Estás quase aqui
E eu sei que isso não é suficiente
Mas quando estou contigo
Fico quase em lágrimas
Porque só estás quase aqui

Ferido e magoado pelas tuas palavras
Petrificado e destruido pela dor
Não te amei sempre?

Mas quando preciso de ti, estás quase aqui
(bem, nunca soube quão para trás te deixei)
E quando te abraço, estás quase aqui
(Desculpa-me se tomei o nosso amor por garantido)
(Agora estou contigo, estou quase em lágrimas
Porque sei que estou quase aqui)
Apenas quase aqui

Brian McFadden feat. Delta Goodrem

Capitulo II

E retomou o seu caminho. A subida íngreme e pedregosa afigurava-se extremamente dificil, mas ainda assim sentiu-se com forças para continuar. O que o esperava no alto era mais do que inspirador. Justificava o esforço hercúleo que o esperava.
O carreiro subia a encosta, serpenteante e tortuoso, ladeado de plantas espinhosas. Por diversas vezes, sentiu as forças esmorecerem, mas uma fé inabalável incitava-o a seguir.
Depois de andar há já vários dias, encontrou uma ponte de corda suspensa sobre uma garganta de rocha granitica que se elevava muitos metros acima do rio que descia a montanha furiosamente, lá no fundo. Tinha um aspecto muito velho e deteriorado e hesitou em atravessá-la. A queda seria fatal, caso a ponte fosse incapaz de suster o seu peso. Apoiou o pé na corda e forçou-a, testando a sua resistência. Apesar da provecta idade que aparentava, suportou condignamente a força exercida, pelo que, enchendo-se de coragem, optou por arriscar. Durante a travessia, por várias vezes sentiu as cordas cederem sob o seu peso, e duvidou de conseguir chegar ao outro lado. Mas uma ponte que ali esteve tantos anos, aguentaria mais uma passagem.

Liberdade

Apetece-me romper com todas as regras
e quebrar as correntes que me aprisionam
Rasgar a mordaça que trago na boca
e gritar ao mundo
Afastar a impossibilidade
que me refreia os sentimentos
E ser livre
Poder falar e ouvir
dar e receber
Amar e sentir
Livremente
A verdade que trago em mim
sufoca-me, asfixia-me
Ansiando por se soltar

14/08/2005

Monday, August 15, 2005

Tu és...


Quando nasceste deram-te um nome. Quando te conheci dei-te um nome. Agora sei que é outro e que os meus são três. Agora sei quem és. Teu nome é...

A Função das coisas

Algo está a mudar...sinto o movimento. Nas coisas, nas plantas, nos animais, nas pessoas.
Ou então sou simplesmente eu. Sinto que estou a aprender. Crenças em que outrora acreditei, e entretanto esqueci, regressaram. Compreendo-as e entendo-as. E dou-lhes valor. Precisei reaprender, para agora entender. Elas explicaram-me os significados, e mostraram-me o caminho. Sei que estou na direcção certa e sei porque acontecem as coisas. Tudo tem uma razão, nada acontece por acaso. Uma pequena deslocação da nossa mão faz mover o ar, e pode desencadear um furacão noutra parte do mundo. As coisas mais pequenas mais insignificantes, têm o seu papel, a sua importância na sucessão de acontecimentos que mantêm o Universo em movimento. As coisas boas e as coisas más, existem para nos guiarem. Apenas dependem de qual necessitamos que ocorra. Nem sempre as coisas boas têm força para nos encaminhar...e então precisamos de uma má. É assim que vejo as coisas.
"Ou então, podem entregar-se à Providência Divina, segurar na Mão de Deus e lutar pelos seus sonhos, aceitando que eles chegam sempre na hora certa."
"Precisava de ter paciência. Precisava de continuar a olhar os pastores, sabendo que, mais cedo ou mais tarde, os dois estariam juntos. Essa era a Lei. Acreditara nisso toda a sua vida."

Saturday, August 13, 2005

Capitulo I

Já havia anoitecido há muitas horas e dormia profundamente quando uma luz intensa brilhou no seu quarto. Abriu os olhos e, estremunhado, esfregou-os. Uma figura etérea elevava-se a uns noventa centímetros do chão, pairando no ar.
As vestes brancas davam-lhe um ar angelical e a postura transmitia uma tranquilidade infinita. A figura olhou-o nos olhos e mexeu os lábios, mas nenhum som saía deles. Ainda assim, ele compreendeu o que aquele ser tinha para lhe dizer. Falava de uma viagem em busca de algo, uma viagem dura e dificil que no final seria largamente compensada. E evaporou-se no ar e o quarto ficou novamente às escuras. Fechou os olhos e tentou dormir, mas foi impossível. Estava demasiado excitado com o que acontecera. Na manhã seguinte, ao nascer do sol saiu e e foi ter com o Ancião da aldeia, a quem contou o sucedido. Depois de o ouvir atentamente, o Ancião meditou e aconselhou-o a encetar a viagem.
De imediato, arrumou a mochila e pôs-se a caminho. Não sabia muito bem para onde ir, de modo que confiou nos seus instintos e seguiu. Alguns kilometros depois, chegou ao sopé da montanha e deteve-se a contemplar a imponência daquele maciço rochoso.

Friday, August 12, 2005

Porquê?

Sinto-te diferente...alheia. Desinteressada. Se calhar não tens intenção, se calhar são as circunstâncias. Mas sinto. Por vezes, tolhe-se-me a lucidez e alvitro hipóteses, porventura incorrectas. Talvez seja o desalento que me leva a procurar explicações. Mas porquê as que maior sofrimento me causam? Porque não posso aceitar simplesmente que não tens podido? Porque não posso simplesmente aceitar que não tens conseguido? Porque me ponho a conspirar que mudaste? Que não queres mais? Que te queres afastar e esquecer?
Porque não posso simplesmente acreditar no melhor? Continuar a sonhar que sonhas, que imaginas, que desejas? Porque não acredito que estejas a sofrer? Porque penso que retomaste a tua vida e aproveitas a distância para esquecer tudo?
Se calhar foi o hábito de estar sempre contigo, e agora não consigo lidar com a tua ausência, com o teu silêncio. Não sei como estar contigo, não sei como estás...não sei como vamos estar quando voltarmos a falar. Tenho uma sensação estranha, de se ter criado uma barreira entre nós, uma tensão, um desconforto, uma perda de inocência e de naturalidade...diz-me, é impressão minha? Ou mudaste? Ou alguma coisa mudou?

Duas faces da mesma moeda

É engraçado como nem sempre o que desejamos nos faz felizes. Certos acontecimentos ou situações que acreditavamos que, a ocorrerem, nos deixariam contentes...afinal deixam-nos tristes. Hoje aconteceu e, ao invés de me alegrar, entristeceu-me. Não sei porquê. Talvez porque me consciencializasse da realidade, talvez porque me tenha trazido de volta à terra, talvez porque me tenha demonstrado quão longo ainda é o caminho a percorrer.
Eu que tantas vezes pedi para que isto acontecesse, agora penso que talvez fosse melhor não ter acontecido. Talvez fosse melhor continuar na ilusão, no sonho. Não sei como aproveitar o melhor do que pedi. Gostava de continuar naquele sonho e agora é tão dificil voltar. Talvez devido ao cansaço, talvez depois de dormir consiga regressar, talvez numa oportunidade que possa ser aproveitada...

12/08/2005

Uma Nova Era; Um Novo Ciclo

Hoje passei o dia a ler...não escrevi. Li, li, li. Absorvi conhecimentos, assimilei palavras, analisei conteúdos. Foi um dia dedicado à aprendizagem, de coisas, de pessoas, do mundo. Com o que aprendi hoje consigo ver o mundo, as pessoas, as coisas de forma muito mais clara.
Esclareci duvidas, mudei pontos de vista, alterei sentimentos. Eliminei cepticismos e alarguei horizontes, e com isso melhorei muito a minha capacidade de aprendizagem. Estive com pessoas, ouvi opiniões, alterei perspectivas. E agora tudo me parece lógico, tudo parece encaixar, tudo faz sentido.
Sinto-me a crescer por dentro. Compreendo agora coisas que me pareciam absurdas. Pressinto mudanças. Prevejo revoluções. Encontrei um futuro...de novo. Novamente acredito na esperança e recuperei a minha fé. E com elas recobrei as minhas forças. Agora posso continuar, agora quero continuar. Tudo voltou ao seu lugar.
Apenas me falta confirmar uma coisa....mas a seu tempo o farei.

11/08/2005

Thursday, August 11, 2005

Forma de Expressão

Gosto de ler...e de escrever. Há muito que descobri a magia de desenhar letras e de as interpretar. E durante muito tempo mantive este prazer adormecido. Talvez porque a vontade me despertasse sempre nas mesmas ocasiões. Talvez porque usasse deste direito para exprimir sempre os mesmos sentimentos. E agora começo a valorizar o esforço que faço para diversificar os temas que escrevo. Nem sempre é fácil, pois nem todos me movem com a mesma força que aquele que primeiro me fez escrever.
Recordo há uns anos atrás, depois da adolescência e antes de me tornar adulto (se é que já o sou) , alguém que incitou em mim o desejo de passar para o papel o que me ia na mente. Meia dúzia de palavras mal ordenadas, a que dificilmente chamaria textos. Uma convicção infantil de que era fácil escrever. Ensinou-me muito do que sei hoje e, graças a ela, amadureci num ano, em nove meses para ser mais exacto (que foi o tempo que durou a maior proximidade da nossa relação) , o que provavelmente me levaria uns três ou quatro anos a conseguir. No fundo, isso representa precisamente a nossa diferença de idades, que naquela faixa etária é bastante significativa.
De forma totalmente desinteressada, ensinou-me tudo o que a vantagem de ir uns anos à minha frente já lhe havia ensinado. Ajudou-me a desenvolver o gosto por ser diferente e demonstrou-me o quanto eu tinha para gostar. Não tinhamos uma relação vulgar, pois entre nós não existia qualquer compromisso. Tudo acontecia, ou não, de forma totalmente natural e espontânea, sem combinações nem marcações.
Lembro-me de no inicio ter sido invadido por uma paixão avassaladora, que me levou a cometer algumas pequenas loucuras, talvez as primeiras dignas desse nome que cometi na minha vida. E aquela relação foi-se desenvolvendo, com óbvios benefícios mútuos, até ao momento eu que eu me sentia preparado para voar e ela para construir o ninho. E então deixei de escrever.
Tenho pena, muita pena mesmo, de nunca mais ter estado com ela. Há dois ou três anos soube que casou. Merecida felicidade. Nunca a esquecerei.
Agora, uma vez mais dominado pelos mesmos sentimentos, mais fortes, muito mais fortes e por outra pessoa, voltei a escrever. Mas desta vez a coisa parece séria. Escrevo mais que uma vez por dia, em média, e já escrevo há muitos dias. As palavras brotam-me da alma como formigas que saem em laboriosa quimera por alimento. Invariavelmente, o tema tem sido sempre o mesmo e, para falar verdade, confesso que até a mim me começa a saturar. Como me satura esta infelicidade constante em que me encontro, como me satura o seu silêncio, como me satura a sua aparente indiferença.
Desta vez, até me deu para criar um blog com o intuito de alguém mais, além de mim próprio, poder ler o que escrevo. Não que acredite que o que escrevo possa ter particular interesse para alguém, mas porque a ilusão de que assim é me faz feliz. Quase tão feliz como quando ela me disse que, apesar de não fazer qualquer comentário ou observação a esse respeito, me continuava a ler...tudo, sempre.
Duas simples palavras que me encheram de alegria e, talvez por isso, agora sofra com o seu silêncio. Por recear que tenha deixado de lhe interessar...eu e o que escrevo. Resta-me assim continuar a escrever para mim e para alguém que um dia me queira (voltar a) ler.

Wednesday, August 10, 2005

O Amor é fodido?

Quando perguntei às minhas amigas porque "o Amor é fodido", todas me deram razões diferentes e só concordei com uma: "porque passas na vida por situações que nunca devias passar". Só concordei em parte porque, boas ou más, essas situações fazem-nos crescer.
Mas o que sinceramente acho é que o Amor é o unico sentimento capaz de nos fazer passar pelo maior sofrimento...quando não é correspondido, quando é perdido, quando é impossível. E mesmo nessas situações sempre achei que não era fodido.
Sempre pensei assim...mesmo quando não amei!

Quanto valem os amigos?

É uma questão que me tenho posto infinitas vezes. Não me refiro aqueles com quem vamos para os copos e para as noitadas, com quem estamos de vez em quando. Falo daqueles que estão lá quando mais precisamos, que nos ouvem incansavelmente, enquanto debitamos o mesmo assunto incontadas vezes, que nos fazem reflectir, que connosco analisam as coisas e com extraordinária clareza de pensamento e paciência nos mostram onde errámos. Falo daqueles que estão lá mesmo quando estamos a agir erradamente, mesmo quando sabem que vamos bater com a cabeça na parede e mesmo assim nos apoiam, que estão lá seja a que hora do dia ou da noite. Falo daqueles para quem a unica coisa que importa é a nossa felicidade, a quem contamos tudo sem receio de sermos julgados, a quem pedimos ajuda sempre que precisamos sabendo que podemos contar com eles. No fundo, refiro-me aos Amigos de verdade, com A maiúsculo.
Bem, fiz cálculos, usei fórmulas e equações, pesei prós e contras, experimentei somas e multiplicações, e o resultado foi sempre o mesmo: amigos assim têm um valor incalculável. Por isso temos que os manter, guardar e retribuir na mesma medida.
Eu tenho amigos assim...contam-se pelos dedos de uma mão e ainda sobram. Por isso os prezo tanto e dou tanto por eles...o mesmo que dão por mim!

06/08/2005

Monday, August 08, 2005

Para uma (grande) amiga!

Sinto a tua dor, o teu desespero, a tua falta de esperança...também me sinto assim. Vejo em ti, um reflexo de mim. Sei o que é querer algo ou alguém com quem não podermos estar. Apenas viver com a recordação, com a memória bem no nosso coração. E sabes onde vou buscar forças? Ao desejo e ao acreditar que um dia tudo vai ser diferente...as coisas mudam, não será sempre assim. Pensemos nos momentos bons que vamos passar com essa pessoa, nas coisas que iremos realizar quando sairmos da toca, nos objectivos e sonhos que queremos conquistar. Fechemos os olhos, e vivamos esses momentos como se já fossem reais, como se estivessem a acontecer neste preciso momento!!
Lembras-te de em tempos teres dito: "Luta por eles até n poderes mais...e nessa altura chama-me....eu luto contigo!". Agarra-te a essa fé, a essa força que sei que tens dentro de ti. Lembra-te dos amigos que tens e que estão sempre lá contigo, lembra-te que tens direito a ser feliz!!!! E lembra-te que tens tudo para ser feliz...tens uma casa onde viver, tens comida que comer, tens roupa que vestir....mas acima de tudo tens saude e Deus deu-te dois dons muito importantes! Uma carinha laroca e dois dedos de testa bem medidos!!!´
E lembra-te também do que te disse uma vez...para darmos valor às coisas boas, temos que ter as más como termo de comparação!

Um beijo de quem já te considera uma amiga!!!

Sunday, August 07, 2005

Quero ver um pôr-do-sol contigo!!!

Saturday, August 06, 2005

Desculpa-me...

Peço-te que me desculpes algumas das coisas que escrevi. Só recentemente comecei a conseguir exprimir os meus sentimentos, as minhas emoções, o que me vai na alma. Só há pouco tempo consegui chorar lágrimas de dor, em tantos anos reprimidas. Só agora comecei a deixar sair palavras e frases que antes guardava dentro de mim, só para mim. E no meio dessa torrente de sentimentos, nessa correnteza de força brutal, por vezes deixo-me levar pelos sonhos e perco a noção do que digo e das consequências que daí advéem.
Agradeço-te por tomares as atitudes mais correctas e por manteres a cabeça fria, quando essas palavras fervilham. Por ainda assim não te afastares. Peço-te desculpa por ter exigido, ainda que involuntáriamente, o que não tenho o direito de exigir.
Por vezes, encurralo-te em becos estreitos que te melindram...e só mais tarde me dou conta do que te fiz.
Peço-te desculpas sinceras. Perdoa-me e não te afastes. Prometo ter mais cuidado daqui para a frente.
Beijo, D.

05/08/2005

Wednesday, August 03, 2005

O Teu Silêncio

Desde que acordei, aguardo as tuas palavras...até ao deitar.
Cogito porque não me dizes nada. Se não podes, se não queres, se achas que não deves. As duvidas assomam-me ao pensamento e as conjecturas minam-me os sentimentos. Começo a pôr em causa a reciprocidade do meu querer, a pôr em duvida se partilhas do mesmo sonho que eu. Quantas e quantas vezes hoje quis falar contigo...mas não posso porque te prometi. Quantas e quantas vezes hoje te quis ver...mas não posso porque não sei de ti.
E tu? Será que sentes o mesmo? Ou vivo apenas uma ilusão unilateral que não encontra resposta em ti? Pergunto-me se anseias com a mesma força, um momento em que possamos falar, se quando vais na rua a tua atenção se dispersa na busca incessante por mim, se a vontade de estar comigo se sobrepõe a tudo o resto...como eu.
Nada mais consigo fazer que não seja esperar em vão que me dês noticias. Eu sei que passou pouco tempo, mas a minha vontade de te ver, de te ouvir, de te sentir, de saber de ti é tanta que qualquer minuto me parece um ano. E o unico conforto que encontro é partilhar este mesmo desconforto , esperando que alguém possa compreender a dor que me causa esta distância.
Não me deixes sem noticias. Diz alguma coisa...
01/08/2005