Saturday, December 20, 2008

Sonhei um dia um sonho...sonhei muitos dias muitos sonhos. Sonhei com pessoas, sonhei com momentos, sonhei com vidas. Nem todos se concretizaram e alguns desses (que não se realizaram) são muito difíceis de superar. Nada que com esforço, vontade e optimismo não se ultrapasse.
Sou um sonhador, sonho talvez demasiadas vezes, sonho talvez demasiado alto, sonho talvez demasiado com ambas. E ao sonhar, ao querer o que de melhor a vida me pode dar, entrego-me, vou à luta, dou tudo de mim para alcançar esses sonhos. Coloco-me de corpo e alma no esforço para tornar esses sonhos uma realidade.
Mas nem sempre, nem tudo, é controlável por nós. A vida é demasiado complexa para que nos seja possível alcançar tudo o que queremos e tudo o que sonhamos. Não é possível controlar tudo o que nos circunda e tudo o que encontramos pelo caminho.
Neste momento, o meu maior medo é o de ter medo de voltar a sonhar...voltar a sonhar demasiadas vezes, voltar a sonhar demasiado alto. Neste momento, o meu maior medo é perder a coragem de sonhar e lutar por esses sonhos, de se criar no meu espirito um estado de dormência e apatia e de entrar no conformismo de me limitar a aceitar o que a vida me trouxer.
Não me respondas...não me digas nada...um dia quero voltar a acreditar que vale a pena sonhar...tantas vezes quantas eu quiser....tão alto quanto eu quiser...não me respondas...não me digas nada...

Sunday, December 07, 2008

Esta é provavelmente a ultima vez que te escrevo...e faço-o por duas razões. A primeira é que desde há muito nunca mais foste capaz de falar comigo, olhos nos olhos. A outra é porque tenho contido em mim muitas palavras e sentimentos que já te deveria ter dito. Palavras que se fossem ditas a pouco e pouco (e não as disse quando devia porque não te queria magoar nem queria ser insistente demais) não seriam tão dolorosas e com um peso tão grande como terão agora que as vou dizer de uma vez só.
Perguntaste-me como estou...não sei se com genuíno interesse e preocupação ou se apenas para te sentires de consciência tranquila...para te dizer a verdade estou triste, muito triste. É claro que a opção que tomaste não era a que eu mais queria, mas fizeste a tua escolha e ela era apenas tua, um direito teu e de mais ninguém. Mas a forma como me trataste no meio de tudo isto foi o que realmentente me magoou. Eu abri-te as portas da minha casa, dei-te tudo o que tenho e arrisquei o que não tenho, abri-te o meu coração mesmo sabendo tudo o que estava em jogo num relacionamento como o nosso. Passámos momentos difíceis, nem sempre agi ou reagi como tu gostarias, mas estive sempre lá para ti e nunca deixei de estar lá para ti. Não sou nenhum mártir e sei que para ti as coisas também não foram fáceis e tenho consciência das dificuldades que estavam do teu lado.
Mas doeu-me muito, ter-te dado a mão, ter atravessado meio deserto contigo, contra tudo e contra todos, para depois, sem aviso, me largares da mão e sem sequer teres tido uma conversa comigo, me virares as costas e ignorares tudo o que se passou. Abandonaste-me sem uma unica satisfação, sem sequer teres tido a coragem de me dizer "não quero mais isto..." ou "não vou conseguir..." ou fosse o que fosse.
Nunca me vou esquecer do dia em que me prometeste que, acontecesse o que acontecesse, terias sempre em consideração a minha pessoa e os meus sentimentos. Não o fizeste e é isso que me deixa triste. Depois de te ter aberto o meu mundo, o meu coração, a porta da minha casa, acho que no mínimo eu merecia que tivesses tido a consideração de me dizer, cara a cara, da tua boca, o fim que querias ter posto ao que aconteceu entre nós. Eu acho que merecia uma atitude mais humana e mais sensível da tua parte e não olhar para ti e ver-te agir como se o que aconteceu não tenha passado de um erro que queres esquecer e fingir que não aconteceu.
Não espero que me respondas até porque, como costumas dizer, estas conversas não levam a lado nenhum. Apenas te escrevi porque não consigo mais calar em mim o que a tua atitude e a forma como agiste e tens estado a agir e tudo isto me tem estado a sufocar.
Apenas te escrevi porque nunca pusémos um fim claro, adulto e responsável a algo que obviamente para ti já acabou há muito tempo.