Tuesday, April 13, 2010

For a Walkabout

Há dias um amigo falou-me em ir para a Austrália. Mais do que falar-me, convidou-me. A ideia era largar tudo o que temos cá e partir, com uma mão à frente e outra atrás, sem projectos, propostas ou garantias. Simplesmente, deixar para trás tudo o que nos ligava à vida actual e começar uma nova. A lavar pratos, acartar baldes de cimento ou a engraxar sapatos, lá havíamos de nos safar.
Mais do que uma ideia louca, inconsciente ou adolescente, pareceu-me uma opção real e plausível. Não tanto pela ideia em si, mas por vir de quem veio, uma pessoa que, apesar de tudo, tenho como responsável e ponderada. O que me levou a crer que, mais do que um desabafo desalentado, era uma ideia que já fora profundamente analisada.
E eu, que gostando tanto de imprevistos e do incerto como gosto da segurança e do conhecido, dei por mim a ouvir aquelas palavras como as mais acertadas que já ouvira. Desde aí, fiquei a desejar ser suficientemente corajoso (ou irremediavelmente irresponsável) para, sem pensar duas vezes, me desfazer de tudo o que tenho, juntar esse dinheiro, meter-me num avião e ir para a Austrália.
Porque há momentos em que sinto que somente uma atitude tão radical me traria a mudança, que tanto quero, para a minha vida...