Saturday, September 29, 2007

Uma salada e talheres para 2

Afinal pareces ser tudo (ou quase tudo) o que eu pensava. Nós, que andamos sempre ás turras, a desdenhar um do outro, como fazes com toda a gente, acabámos por almoçar juntos. E tal como eu calculava não és nada aquela pessoa fria e distante que aparentas.
Não tendo nada a mostrar nem nada a esconder, porque só estávamos nós, revelas-te uma pessoa agradável, simpática e amigável. Reservada, sim, mas a pouco e pouco vais falando mais sobre ti e sobre a tua vida. Mais do que a privada, tão só porque és assim e esta foi a primeira vez que estivemos só os dois, continuas a falar da profissional. Somos colegas, é verdade, mas não é por isso que te reservas.
Vejo que há em ti uma falta, um qualquer vazio (que me é) familiar que tentas preencher com os amigos e os não tanto assim. Falaste da tua irmã, da tua mãe, do teu cão, não te tendo ouvido falar do teu pai. Falaste da tua casa, das tuas férias, dos teus interesses. Até, de forma superficial, falaste das tuas prioridades e, apesar de concordar com elas, parece haver algo de estranho em ti, algo que queres manter fechado mas que te marcou.
Curioso...quase diria que consegui perceber o que é mas não quero meter-me na tua vida.
Acima de tudo, fiquei contente com a tua amistosidade. Achei bonito quereres combinar esse fim de semana de grupo e gostei do teu entusiasmo. Não gosto de pessoas apáticas. Tens qualquer coisa de parecido comigo e acho que é aquele prazer intenso e imenso com as coisas pequenas.
Já sei que depois voltamos ao mesmo, mas por hoje gostei de conhecer o teu lado mais puro e genuíno, mais simpático. Bom resto de fim de semana e até 2ª feira.

Thursday, September 27, 2007

Yin & Yang

No outro dia, quando nos encontrámos, comentaste que eu estava diferente, que parecia mais feliz, com um ar de quem está bem consigo próprio.
É verdade, tudo isso é verdade. E foi tão simples...
Reencontrei muito de mim, que há algum tempo havia esquecido. Sabes, comecei a perceber tanta coisa sobre a vida, as pessoas, sobre mim próprio que de facto hoje me sinto muito mais feliz, e muito bem comigo mesmo.
Redescobri o prazer de fazer tanta coisa que gostava, de fazer tanta coisa nova e, sobretudo, desenterrei projectos antigos que agora estou (finalmente) a concretizar.
Sinto-me como que iluminado...de repente acendeu-se uma lâmpada e comecei a ver tudo de uma forma bem mais clara. Hoje em dia, muitas mais coisas são nítidas para mim. Lembras-te da "Filosofia de Vida"? O retrato imutável?

"Enquanto os elementos que compõem o meu cenário não estiverem no sítio certo, é tempo de ir à luta, de batalhar, de trabalhar por aquilo que quero, onde quero e quando quero.
Idealista, sonhador, irrealista...chamem-me o que quiserem...Minha vida é realizar os sonhos que idealizei.". Lembras-te?

Sinto-me em paz, porque já nada me assusta...nada me mete medo. Tudo me traz alegria. E quanto mais me sinto assim, mais coisas boas me acontecem. E tanta coisa boa me tem acontecido...
É tudo uma consequência do efeito de acção/reacção.

My song

My dream
is to ride
over the wave
so high

My dream
is to ride
under the rain
and fly

My dream
is to merge
into the water
so dry

My dream
is to keep
over the edge
and glide

Rise up, rise up
so high
over the rainbow
direction's sky

Tuesday, September 25, 2007

Coisas que aprendi

E acima de tudo sinto-me tranquilo.
Para mim é quase histórico...foram 3 anos bem atribulados, muita coisa aconteceu nesse período, a uma velocidade demasiado rápida para que eu assimilasse tudo. E agora obriguei-me a travar. As coisas não podem ser assim, vividas como se não houvesse tempo. Um dia de cada vez! Para ser saboreado...se gostarmos para o apreciarmos, se não gostarmos para nos educarmos.
Deixámos de ser crianças, é verdade, mas continuamos a crescer, o mundo continua a girar e ainda há muita coisa para aprender. Precisamos educar-nos para escolhermos acertadamente, para evitarmos os erros, para apreciarmos com maior prazer. Não podemos estagnar a pensar que sabemos tudo. Não sabemos nada.
E viver significa crescer, sempre, a toda a hora, todos os dias. É como ouvir música...para educarmos o nosso ouvido, temos que ouvir (um pouco) de tudo. E só depois sabemos o que gostamos.
Aprendi muito nos últimos quase doze, catorze anos da minha vida, conheci muita gente e felizmente tive a sorte de passar por elas com os olhos, os ouvidos e, acima de tudo, a mente bem aberta. Considero-me satisfeito e sei-me feliz por tudo o que aprendi e hoje sou o que sou, tenho o que tenho e valho o que valho. E tento o equilibrio em saber quanto significa tudo isto.
Nem sempre é fácil, nem para mim nem para ninguém, mas consegui alcançar a força e o espirito para olhar para as dificuldades não como obstáculos mas como oportunidades de melhorar e crescer, e as barreiras como lições a aprender.

16/09/2007

P.S.: Obrigado a todos (e sabem quem são) os que me acompanharam e ensinaram tão de perto.

Sunday, September 23, 2007

Hoka Hey!

Hoje foi um bom dia. Não vou dizer que foi o melhor de há muito tempo porque, além de não ser inteiramente verdade, não quero que tenha toda essa carga significativa. Mas foi, sem duvida, um dia muito bom.
No ginásio, de manhã, continuo a confirmar a mim mesmo a boa forma fisica em que me encontro (essa sim, que já não tinha há muito tempo). E depois há qualquer coisa em nós que, em dias como este, parece atrair os outros. Todos sabemos que a boa disposição dinamiza as relações. Mas hoje não me sinto apenas bem disposto...há mais do que isso.
Depois de um almoço ligeiro, fui para a praia para a minha primeira aula de surf. Uma vontade e um desejo que acalento há muitos anos mas que por variadas razões foi sendo adiado. Algo aprendi ao longo destes tempos: é que devemos aproveitar o melhor da vida, organizar o nosso tempo e fazer tudo o que queremos e podemos, já que nada mais se leva.
Sempre tive uma ideia algo fantasiosa acerca do surf e do estilo de vida surfista, mas hoje consegui experimentar que, apesar de fantasiosa, essa ideia tem tudo de real. Nâo vou filosofar acerca da sensação de liberdade e comunhão com a natureza porque, a meu ver, não se trata disso. Trata-se de estarmos durante horas sozinhos no meio dos outros e em plena sintonia com o mar. E agora perdoem-me o cliché, à espera da onda perfeita. E enquanto, esperamos a tranquilidade é tal que não pensamos em mais nada, só em nós, na prancha, no mar. E o exercício fisico enquanto andamos nessa busca limpa todas, garanto, todas as toxinas do nosso corpo.
E depois de ter experimentado estes momentos de total paz de espírito, tive uma das melhores noites de salsa dos ultimos tempos. O ambiente mágico com janelas debruçadas, vá-se lá adivinhar porquê, sobre o mar. Gente, muita gente, salseira, bonita, interessante, bem disposta, feliz, dançante. Convites, muitos convites para dançar e para voltar a dançar. O que nos faz ter a certeza que gostam de dançar connosco, mas sobretudo que gostam de nós, da nossa companhia, de estar connosco.
Foi um dia bom, muito bom mesmo. E agora vou dormir, que daqui a pouco tenho o sol a querer entrar.

Hoka Hey!

P.S.: Amanhã devo ir comprar o meu fato de surf!

Saturday, September 22, 2007

Cheers Dave!

De entre os locais que tenho frequentado ultimamente, um tem sido escolha mais assídua. E foi precisamente nesse bar que fui, pela primeira vez, entrevistado. Na verdade, nem foi bem uma entrevista, foi mais uma conversa amigável sobre o espaço e os seus indígenas mais habituais.
Foi com alguma surpresa que Dave, o proprietário e anfitrião, veio ter comigo e disse-me que estava um jornalista ao balcão que gostaria de falar com alguns dos "regulars" da sua casa. Achei curioso que o dito jornalista não se limitasse a visitar o espaço e posteriormente expressasse a sua opinião, mas antes preferisse conversar com quem habitualmente passa ali uns bons bocados para beber um pouco do espírito que ali se vive.
Tranquilamente, apresentámo-nos e encetámos então a nossa tertúlia. Começou por me perguntar o meu nome, o que fazia na vida e como tinha descoberto aquele sitio, que curiosamente todos descobrem da mesma maneira. A pouco e pouco a conversa foi-se desenrolando naturalmente, não na filosofia da pergunta-resposta mas na troca de impressões que o repórter já havia tido e as minhas, que coincidentemente...coincidiram.
É de facto um local unico na noite lisboeta, que se destaca da maioria por várias e boas razões, sendo um bom ponto de partida para uma noite em cheio. De todas elas, há que sem duvida realçar o personagem principal desta história, Dave, um barman com uma longa experiência mundial que além de nos brindar com as suas misturas milagrosas é um excelente conviva. Ele sabe quem são os seus clientes e não esquece uma cara.
A reportagem deverá ser Publicada numa revista de um jornal - edição de Domingo - (que eu não preciso dizer qual é, pois não? :p) dentro de umas duas a três semanas e recomendo vivamente que a leiam e que posteriormente visitem este Lounge! Garanto que vão gostar e tornar-se "regulars"!
Eu por mim, que já conheço o sitio, quero ver se sou mencionado (ou até mesmo citado) no dito artigo! Afinal, todos temos direito aos nossos 15 minutos de fama!
E agora vou indo para a minha primeira aula de surf! Quem sabe se não descubro mais um grande interesse!?

Thursday, September 20, 2007

O que sabe...

A flores na Primavera
a mar no Verão
a chuva no Outono
a carinho no Inverno

A orvalho pela manhã
a papel de musica a meio do dia
a limonada à tarde
e à noite a magia

A madeira a norte
a terra ao sul
a neve a nascente
a fogo a poente

A esperança no Levante
a euforia a meio
a tranquilidade daí em diante
no aconchego do seu seio

A algodão se é calmo
a laranja se é forte
amargo se for de azar
a baunilha se traz sorte

Mas quem sabe qual o sabor do vento?

Monday, September 17, 2007

Não é certamente essa a memória que guardo

Sempre, continuo a lembrar-me daquela menina bonita, que nasceu e viveu na praia, numa casa antiga cheia de corredores e passagens secretas, portas que nunca abriu.
Sempre, continuo a lembrar-me daquela menina que se aninhava no meu peito para dormir mas que não gostava de me ouvir ressonar.
Sempre, continuo a lembrar-me daquela menina insegura que me perguntava coisas dificeis de responder porque não sabia que as respostas estavam nela.
Sempre, continuo a lembrar-me da menina que partilhava tantos dos meus gostos e me iniciou em tantos outros.
Sempre, continuo a lembrar-me da menina que sempre se sentiu desprotegida e frágil, demasiado sincera para se defender. Que não era uma menina perfeita, mas sempre quis ser, e ainda hoje continua a querer ser...demais.
Sempre, continuo a lembrar-me da menina que sonhava tanto e só queria viver esse sonho.
Sempre, continuo a lembrar-me (também) da menina que refinou o meu "closet" e os meus costumes em social.
Sempre, continuo a lembrar-me da menina que não sabia que os sonhos valem não por aquilo que neles vemos...mas por aquilo que neles vivemos...
E sempre, mas sempre continuo a lembrar-me da menina por quem todos os dias tive vontade de fazer tudo.
Mas essa menina também tinha os seus defeitos...não era perfeita.

Se fosses mulher...

Deliciosamente tortuosa
sempre à margem
teus caminhos revoltos
sempre na linha

De dia acompanho-te lânguida,
preguiçosa e amena
adormecida pelo sol
cálida pela brisa

À noite deito-me e enrolo-me em ti
deleito-me em tuas voluptuosas formas
e vejo ao longe, sob a lua,
teus olhos verdes e vermelhos

Assim és, incerta,
não sei se vens, não sei se vais
Assim és, marginal,
de Lisboa até Cascais

Chiça penico chapéu de côco!

O nunca termos a certeza de que o que estamos (prestes) a fazer é o mais certo é uma chatice daquelas!
Ao invés de, com a experiência, estar a conquistar certezas, cada vez tenho é mais duvidas sobre o que fazer perante a maior parte das situações. Não sei se começamos a tomar os resultados como mais preciosos, por via de uma maior consciência, ou se simplesmente, como Aristóteles, começamos a chegar à conclusão que só sabemos que nada sabemos.
Que grande maçada!! Assim já começo a ter saudades de ser um "jovem inconciente" (sem o "s") e de me estar completamente a borrifar para as consequências...quem viesse atrás que fechasse a porta.
Mas parece que esta coisa da consciência é fermentada...e uma pessoa passa a vida a pensar: "Atravesso a estrada ou não?", "Visto esta camisa ou não?", "Vou ao bar A ou ao B?", "Digo isto ou não digo nada?"....
E para mim as coisas até são relativamente mais fáceis porque sempre vivi com o lema "arrepende-te do que não fazes, nunca te arrependas do que fizeste!".
Enfim...mais um desabafo daqueles, porque no fim já todos sabemos qual é a resposta...
Pode fazer? Pode...mas não deve! E o que lhe acontece se fizer? Naaaddaaaaa! (lool uma pequena ligação ao sketch dos Gato Fedorento sobre o Prof Marcelo Rebelo de Sousa!)

Thursday, September 13, 2007

Não somos pessoas de barro...

Ainda tenho a boca cheia de migalhas das bolachas que estive a comer depois de jantar. Hoje em dia já como poucos doces, mas quando venho do ginásio sabe-me bem comer uns açucares!
Mas vamos ao que interessa...o texto.
Quem é que em criança não brincou com barro ou plasticina? E lembram-se como era bom meter as mãos naquela massa terrosa e mole, apertá-la e fazê-la passar entre os dedos? Era fantástico, não era? Eu pelo menos adorava aquela sensação de espremer a argila...e depois gostava de a moldar e criar tudo e mais alguma coisa.
Mas nós não somos pessoas de barro. Não somos moldáveis nem deformáveis e nunca tentei fazer com os outros o que fazia com o barro. Por isso mesmo, sempre tive alguma dificuldade em aceitar que o tentassem fazer comigo.
Todavia, todos temos momentos de fraqueza e vulnerabilidade, e tendemos a "adaptar-nos" demais aos outros ou às situações e também eu deixei que o fizessem comigo (mea culpa sem culpa mas com responsabilidade). E não gostei da obra de arte que criaram...porque simplesmente não era eu. Aliás, eu não podia ser eu.
Ao olhar para trás vejo que não gostei de ser moldado, torcido, amassado até me tornar o que não era eu, só para ficar à imagem do ideal de alguém.
Aprendi com o meu erro (porque nestas coisas não sei se o erro maior é o de tentarem moldar-nos ou deixarmo-nos moldar) e hoje grito bem alto, a plenos pulmões, para quem me quiser ouvir: "Não sou uma pessoa de barro!!"

Sunday, September 09, 2007

A Relatividade da Tranquilidade em Torno da Felicidade

É o momento de simplificar-me
Apreciar a vida a acariciar-me
E as pessoas a vivenciar-me
sem ninguém a pressionar-me

Não quero mais do que enfatuar-me
Sem o futuro a planear-me
Apenas a vida a desenrolar-me
e, quem sabe, a presentear-me

Somente apaixonar-me
Sem pensar em enamorar-me
ou sequer preocupar-me
e deixar de idealizar-me

Abro a janela ao mundo e digo-lhe: és meu!
com a alegria de quem vive
e o entusiasmo de quem não viveu
ainda tudo o quem para viver!

Thursday, September 06, 2007

Brilho pessoal!

06/09 (hoje) às 1h53 a 23/09 às 12h42
Sol em conjunção com Lua natal


Todos os anos, sempre entre os dias 06/09 (hoje) às 1h53 e 23/09 às 12h42, o Sol em trânsito se conjuga à Lua do seu mapa, Walter. Este tende a ser um período feliz e de particular brilho pessoal, mas só se você estiver colaborando para esta felicidade. Traduzindo em miúdos, este ciclo age como uma espécie de "catalisador" para aqueles que vêm tomando atos construtivos e que estão se empenhando em algum projeto que envolva o próprio desenvolvimento. Para aqueles que se encontram na inércia, este ciclo também não deixa de ser positivo, e tem a ver com uma "sacudida" que o Universo dá na pessoa, estimulando-a a despertar, a acordar pra vida.

O efeito deste trânsito é o de uma "lua nova pessoal", um período propício para os novos inícios, para lançar-se em projetos novos. A sensação associada é a de renovação. Procure dar atenção aos seus impulsos de alma neste momento, pois, por mais "loucos" que lhe pareçam, eles estarão provavelmente lhe revelando os seus caminhos naturais para este período.

O Sol ilumina a Lua, Walter, o que sugere um período de maior consciência pessoal, uma fase de descobertas pessoais importantes; é provável que você venha a "se tocar" de aspectos de sua vida que estavam particularmente inertes e que você precisa se livrar. Neste período, cuja palavra-chave é a consciência, você se apercebe de hábitos e comportamentos que talvez tenham lhe agradado por muito tempo, mas que você precisa deixar para trás, a fim de se tornar uma pessoa melhor. E o mais interessante é que sua alma estará propensa a este ato de renovar-se. Aproveite!