Tuesday, January 05, 2010

Lisboa, 04 de Janeiro de 2010

Olá Shane

Conforme te prometi, aqui estou para te manter a par. Estive lá hoje. Fui procurar respostas ás questões que me voam na cabeça, e na verdade não sei bem o que encontrei. Nunca vi uma confusão como aquela. Estava tudo desarrumado, fora do sítio...moveis tombados, papeis espalhados por todo o lado, livros pelo chão.
Se não soubesse melhor, diria que alguém lá tinha estado antes de mim. Mas este é um filme que já vi. Vasculhei um pouco no meio daquele caos, tentando encontrar não sei bem o quê. Mesmo sabendo que o melhor é não ter ideias pré-concebidas, para não me induzir em erro e não procurar nos sítios errados, acabo sempre por criar alguma espécie de expectativa sobre o que irei encontrar.
Como te disse, a confusão que ali reina é enorme e diria que é quase impossível encontrar qualquer sinal, qualquer coisa que me dê uma pista, uma explicação para os acontecimentos que têm ocorrido. Não preciso de te voltar a falar nisso, pois já te contei o que aconteceu.
Não é suposto entendermos tudo o que acontece à nossa volta, mas a mim, que faço sempre questão de perceber como as coisas funcionam, é-me muito dificil simplesmente aceitá-las tal e qual como me são "dadas" sem tentar compreender o seu funcionamento, a sua razão de ser. E foi na esperança de encontrar essa luz que lá fui.
Na verdade se, na ausência de todos os factos, eu me sinto confundido, talvez até um bocadinho perdido, a completa desordem e desorganização sem sentido com que me deparei só poder ser mais desnorteante.
É como se entrasse numa floresta coberta por uma bruma densa, onde a luz do sol não chega, e tentasse manter-me num caminho praticamente invísivel. Se juntares a este cenário, uma enorme miopia mental, poderás ficar com um vislumbre do que senti. Como uma toupeira fora da familiaridade da sua toca.
Não sei porque pensei que lá iria encontrar alguma resposta ou mesmo uma minúscula ponta de novelo que pudesse desenrolar, mas senti esse apelo, de lá ir.
Não estou nem um pouco mais esclarecido, o que só me leva a pensar que talvez a melhor opção seja mesmo aceitar pura e simplesmente as coisas como elas são, sem tentar compreendê-las (pelo menos desta vez) para não desgastar inutilmente a pouca massa cinzenta com que fui brindado. Talvez o nosso cérebro não mereça o desgaste de tentar descodificar um mistério sem solução.
Repetidamente me têm ocorrido as seguintes palavras: "...and 'though the warrior shall be brave at all times in defending is honour and standing up for his dearest ones and the weakest, he must also be wise on understanding that maybe, just maybe, not all battles are meant to be fought...".
Continuarei a manter-te ao corrente dos acontecimentos.

Do teu amigo,

W

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