Thursday, June 22, 2006

Sem sentido

Quanto fosse o que fizesse
O que trouxe e o que dissesse
Tudo ouvisse e onde estivesse
O que vestisse e o que contivesse

Nada arde no que se consome
Nem acordada nem quando dorme
Quando andasse ou quando corresse
Talvez parasse ou um dia desaparecesse

O que foi, o que é, o que será
Não sabe onde esteve, não sabe onde está
O que tem agora, o que mais desejará
Pelo dia fora, à noite chegará

Quem sabe, o que quis e o que não teve
Se sente o que diz e faz o que deve
Olha para trás e sente a saudade
Vira-se à frente e vive a ansiedade

E assim vai parando
Cega no caminho
o passo estacando
Embriagada, devagarinho

Ignorando lo sendero
lo guardando en el olvido
Nadie encontrando
Creendo que todo está perdido

Com o sol no horizonte

4 comments:

Ana P. said...

Mas que intensidade nas tuas palavras...

Adorei...

Beijinhos e não fiques triste

MS said...

Tanto tempo silencioso e, de repente, dois poemas tão vibrantes...!!

A interioridade leva a tal aprofundamento de sentires e penares...

Belos os dois, fortes, solitários, tranportando uma carga metafórica esteticamente envolvente!

bjs de bem estar!


P.S. Gosto qd me chamas "Mio"! Carinhoso!

nusaminusa said...

tanto que estas palavras demonstram...

gostei imenso de ler!

Maria Carvalho said...

Fugaz...como o sol no horizonte. Beijos.