Moagem fina destes dias
Pacientemente vou moendo o grão a pó
Misturas transigentes para lhe tentar realçar a essência
Vou experimentando gramagens diferentes
Dou o melhor de mim
e recorro a ensinamentos alheios
Aquecendo a água sem a deixar ferver
sobre fogo de lenha
Engasgo-me com as primeiras tentativas
Tento resguardar-me dos erros
E muitas vezes me vejo obrigado
a voltar ao inicio
Revolto-me, exalto-me, reajo
queimando tanto quanto o fogo que me aquece
chiando e borbulhando irracional
pronto a desistir
E logo lhe sinto o aroma
agarro o moinho e reduzo mais uns grãos a pó
Sinto que o melhor que posso ter está perto
Remisturo os sentimentos
Um grão debaixo da lingua
Vou-lhe tomando o gosto
aguardando que o seu sabor
me desperte os sentidos
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1 comment:
Desistir não. Tomar o gosto até que o sentido desperte! É isso mesmo.
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