De cada vez que ando de avião, é sempre como se fosse a primeira vez. Fico de tal forma feliz e maravilhado que os meus olhos devem brilhar como um farol em alto mar numa noite de pleno breu! De tal forma que me habituei a pedir à hospedeira que me acorde quando aterrarmos.
Assim que me sento no meu lugar, sempre à janela, desligo completamente do mundo real. A partir desse momento não quero mais saber dos outros passageiros e da vida a bordo. Ao longo da viagem, sempre com os olhos postos do lado de fora da janela, inebrio-me com as paisagens fantásticas que sobrevoamos, delicio-me com o pairar no meio das nuvens, com as cidades, vilas e aldeias que cá de cima parecem formigueiros. Normalmente, nem da turbulência me apercebo.
Nesta viagem, a distraída hospedeira deve ter-se esquecido do que lhe pedi e, quando todos sairam do avião, continuei embrenhado na minha própria viagem.
Acordo então no meio das equipas de limpeza e manutenção, com um dos membros que me toca no ombro, acordando-me, e me informa que aquela viagem já terminou há algum tempo. Tenho que descer - do avião, entenda-se - e regressar ao aeroporto, seguindo para o meu destino local ou apanhando outro vôo.
Escolho a segunda hipótese, pois nunca fui homem de ficar em terra...
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2 comments:
Tambem lhe tomei o gosto. É tão bom voar,nao é?
bjs
Gosto deste texto!
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