Tuesday, April 25, 2006

Querida D.

Não sei que dor é esta que me trazes, forçando todos os meus limites. Vergas toda a minha vontade pela raiz. Achei que estava pronto e vejo assim que talvez fosse melhor evitar-te. Tive o desejo de alcançar-te como nunca me senti levado a fazê-lo por ninguém. Toquei-te, sentiste, mas nada mais que isso. Dizes que te surpreendi, levei-te ás lágrimas querendo poupar-te a isso.
Apenas quis mostrar-te. O quê? Não sei. Talvez quem sou, na realidade. Quem se calhar nunca pensaste que sou. Que te ouvi quando me falaste. Que te entendi quando conversámos. Que sinto saber o que procuras. Talvez não saiba. Talvez sigamos por caminhos paralelos que nunca se irão encontrar, apesar de correrem lado a lado.
Desde que me contaste, soube o quanto era importante para ti...tal como se fosse meu. Quis que o soubesses. Não foi puro egoismo. Quis também oferecer-te algo que pudesses recordar. Algo que tivesse um significado profundo para ti. Algo que nunca te deixasse esquecer este dia.
Mas, confesso, queria ser eu a fazê-lo para que soubesses o quanto te conheço. E fiquei contente por te ter alcançado.
E agora, neste final de noite, não sei que dor é essa que me trazes. Sei racionalmente que o melhor seria a tua ausência, mas também sei...

3 comments:

MS said...

Há desencontros terríveis de almas q foram feitas para estar juntas!

Há momentos de dor comum q jamais são esquecidos!

Há partilhares sentidos que vêm de outras paragens!

Há amores que teriam tudo e nada têm...

bjs

Maria Carvalho said...

Um texto assim, não posso comentar. Beijos.

Joanissima said...

Admiro a forma extraordinária como te desnudas.

Um beijo.