Sunday, October 10, 2010

Uma história... (cont. 10)

Ahmad nasceu nas Terras Longínquas, delas herdou a temperatura do seu sangue. Do pai recebeu a faceta racional, da mãe esculpiu-se o lado emocional.
Nasceu poeta de coração, sem saber escrever, um sonhador destemido que nunca hesitou em levar longe o seu eterno desejo de ser feliz. Nem mesmo ante a frieza da realidade deixou que se apagasse o fogo que lhe aquece a alma.
Desde que a sua personalidade se começou a definir, sempre sentiu um conflito interior entre duas faces de uma mesma moeda. De um lado, a coroa racional, a face pensadora, analitica e cautelosa; do outro, a pintura emocional, a esfinge contemplativa, sensível e impetuosa. Do dia em que nasceu, herdou o signo e o ascendente, simbolos contraditórios de uma constante procura do equilibrio perfeito entre terra e fogo. Se por um lado não tinha receio de expôr o coração, por outro tinha o escudo que o protegia.
Ahmad era um homem de paixões e sensações. De sensações, porque gostava de sentir...tudo. Uma criança curiosa e entusiasmada por tudo o que o fizesse sentir. E sentia tudo com uma extrema intensidade, apreciando cada momento como se o soubesse unico e irrepetível. De paixões, porque em tudo o que fazia tinha de se empenhar de alma e coração, como se a tarefa mais insignificante fosse capaz de mudar o Mundo.
Ahmad era provavelmente o maior admirador da Humanidade e das pessoas. Tinha uma visão completamente romântica dos humanos, preferindo olhar para eles como uma criação divina, plena de sentimentos, emoções e histórias, esquecendo as atrocidades de que são capazes.
Das muitas coisas que realmente valorizava na vida, havia duas com um valor muito especial e, embora as vivesse de forma diferente, estavam intimamente inter-ligadas.
Uma delas era sentir as pessoas.

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