Sunday, July 31, 2005

Querida G.

Hoje faz muito tempo que não te ouço e tempo demais que não te vejo. Tenho estado fora de casa, porque não suporto o silêncio da tua ausência. Tenho sentido muito a tua falta e procuro distrair-me saindo de casa...por momentos, consigo diminuir essa dor, mas apenas por momentos. Tudo me lembra de ti...mas mesmo tudo. E penso como seria bom se pudesses estar ali a meu lado, se pudessemos falar. Vejo os namorados que trocam carícias, que sacodem a areia um do outro, que sussurram promessas ao ouvido, que dividem a mesma toalha, que vão juntos ao banho, os pais que brincam com os filhos, que os limpam e secam, que lhes dão o lanche...e desejo que tivessemos tudo isso. Fecho os olhos e tento dormir, mas a areia carregada pelo vento castiga-me as costas. Levanto-me e dou um mergulho, esperando que o frio da água me aquiete os pensamentos...mas não surte qualquer efeito.
Vou aguentando mais um tempo, porque não quero estar em casa, não sozinho.
Na minha cabeça ouço as nossas musicas e relembro as nossas cartas, as palavras que trocamos e que traduzem os nossos sentimentos. Recordo o teu olhar, a tua voz, o teu sorriso quando estivemos juntos. O curto passeio que demos, o curtissimo tempo que passámos com o outro. O toque da tua mão no meu braço, a suavidade do teu rosto contra o meu quando nos despedimos. E confiando no sonho, conto os dias, um a um, até que estejamos juntos....para sempre!

Um beijo, D.

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