Tuesday, December 13, 2005

C

Quero que se apaguem o Sol, a Lua e as estrelas
que sequem os lagos, os rios e os mares
que se calem as vozes, os risos e as festas
que se partam os lápis e esgote a tinta das canetas

Quero que desapareçam os sonhos, os sentimentos e as emoções
que se resolvam as zangas, mal-entendidos e crispações
que definhem as plantas, as flores e as árvores de fruto
que o mundo pare e se instaure o silêncio absoluto

E agora com calma e serenidade
quero recordar uma velha amizade
Alguém que foi um verdadeiro amigo
que nunca se fez rogado, ocupado ou esquecido

Nunca esteve ausente, cansado ou doente
sempre disponível, compreensivo e sorridente
com quem nem sequer precisava falar, mas sempre pronto para me ouvir
Alguém a quem sempre quis e gostei de retribuir

Há muito que a vida nos afastou
seguimos caminhos separados
o contacto entre nós cessou

Não voltei a encontrar ninguém assim
quem neste momento me faz tanta falta
para partilhar o que me atormenta a mim

Se têm amigos como este de que falo
preservem-nos, não os deixem partir
pois este não vou voltar a encontrá-lo

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