23 de Abril de 1881
Há semanas que não vemos vivalma. Os porões estão vazios e começámos a racionar os mantimentos. Apesar de o tempo ter amainado e o mar estar tranquilo, não temos tido sorte com a pesca. Ordenei que mantivessemos a nossa rota na direcção do vento afim de recuperarmos o tempo perdido.
- Nau à vista - gritou o vigia, do alto do cesto da gávea.
- Imediato, o meu binóculo.
- Aqui está meu capitão.
Uma embarcação de grande porte distinguia-se na linha do horizonte.
- É o "Arquisalsa" - disse eu - traz as velas a meia haste. Talvez o consigamos alcançar. Aproximemo-nos.
- Baixem a vela de mezena, a do mastro principal e soltem o lastro - vociferou o meu imediato.
- Timoneiro, rota de aproximação. Atenção ao vento. Prôa à corrente. Fechem todas as escotilhas.
Perante as instruções, a tripulação assumiu os seus postos e rapidamente aumentámos a nossa velocidade.
- 1º Oficial, sinalize-nos ao "Arquisalsa" e peça-lhes que nos aguardem!
- Sim meu capitão!
- Vigia, temos resposta? - questionei.
- Ainda não meu capitão, julgo que ainda não estamos suficientemente próximos.
- Desfraldem as velas secundárias e bordem o flanco. Imediato, calcule a nossa velocidade, não quero seguir a menos de 29 nós!
- Sim meu capitão!
Pouco depois comecei a aperceber-me que nos estávamos a conseguir aproximar. Restava sabes se o Arquisalsa tinha recebido a nossa mensagem...
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6 comments:
Pois é. Eu não percebo nada de navegação...Beijinhos, neste caso não é déjà vu!!!
Inspiraste-te na tua própria vida ao escrever este texto?...
"Arquisalsa"??
Miúdo, isto começa a parecer uma obsessão! :)))
Um beijinho***
Uau! "Arquisalsa" - gostei!!
(que surpresas que esse navio nos reservará...?)
Salsapica, nem uma nem outra...mas não andas longe!
Abraço!!
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