Thursday, January 19, 2006

O Jantar

Esta noite tive amigos cá em casa. Cozinhei para eles. Senti a tua falta, a cada momento. Enquanto arrumei as compras e a casa, enquanto preparei a comida, enquanto jantámos, depois ao café. Senti a falta de um carinho teu em cada momento. Eles divertiram-se, eu diverti-me. Mas senti a tua falta.
Gostei de vê-los enquanto trocavam mimos, palavras amigas, sussurros cúmplices. Não tenho inveja deles, apenas gostava de te ter aqui comigo. E enquanto aqui estiveram foi o bocado que menos me custou. O pior de tudo foi quando se foram embora e o silêncio regressou a esta casa. Aí sim, senti mesmo a falta que me fazes.
Depois de arrumar a cozinha, podíamos ter-nos sentado no sofá ou deitado na cama e conversado um pouco. Sim, acho que é isso mesmo. Tenho saudades de conversar na cama. É talvez dos locais mais sossegados e propícios, entre outras coisas, a uma boa conversa. Porque despimos a roupa do dia-a-dia e entregamo-nos unica e exclusivamente ao conforto e ao relaxamento.
Acabo por sentir saudades de ter alguém a quem contar e de quem ouvir o seu dia. Tenho saudades de dar e receber um beijo de boa noite. Tenho saudades de revolver estes lençois contigo.
Foi por tudo isto e muito mais que senti a tua falta esta noite.

7 comments:

Anonymous said...

Que bonito...

Misty said...

Bom dia.

:)

Ana P. said...

Beijo... Não há nada melhor que pensar um amor, mesmo passado, pois ao pensa-lo estamos a dar-lhe valor, o valor que talvez não lhe tenhamos dado na devida altura. Não sei o que se passou, mas vejo que em ti há imenso sentimento...
Fica bem e nunca te esqueças que o tempo cura tudo....

Rosa said...

Os lugares não se preenchem, mas não há que alimentar as saudades. Viver do passado acarreta o perigo de hipotecar o futuro.
(digo eu, que, claramente, não percebo nada disto!)

Bitchoman said...

Um pequena consideração...só podemos ter saudades do que já tivemos??

Joanissima said...

As saudades são de facto místicas.
Mas concordo contigo neste teu comentário... As saudades do futuro são as que doem mais.

Um grande beijo. De mimo.

Maria Carvalho said...

É tão simples quanto contar o nosso dia a quem nos ouve. Estou a ver se a máquina do tempo atende as minhas preces....Beijinhos.