Amainou a tempestade. Sopra agora uma leve brisa que empurra a chuva miudinha, fazendo-a cair obliquamente ao convés. Por entre as nuvens esparsas, vislumbram-se algumas estrelas e a lua ilumina o breu.
Puxando de um cigarro, apoia o pé no corrimão e observa o horizonte. Dá uma baforada longa e demorada e reconhece a sua insignificância perante o clima. É das poucas coisas que ainda não acreditamos controlar. A velha barcaça, apesar da provecta idade, suportou os balanços e torções a que o mar a sujeitou esta noite.
Neste momento não se navega. Avalia-se o impacto da borrasca e define-se uma nova rota. Aproveitando a acalmia da noite, o velho lobo do mar estuda as cartas e os mapas, diários de bordo e apontamentos de expedições anteriores. Nas palmas das mãos e nas linhas do rosto estão traçadas algumas histórias. Reflectem bons e maus momentos de uma vida dedicada ao mar.
Decidido o novo destino e traçado o caminho, ordena que se ponham os motores em marcha e manda: "Meia força à proa..."
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7 comments:
...e já tem link e tudo! :)
Deixas-me ler-te melhor?
Claro que sim...faz da minha a tua "casa"!
Esse lobo do mar deve saber que, por vezes, o melhor é navegar à vista...por vezes chega-se a portos de abrigo onde menos se espera que eles existam.
Boas rotas!
Tu escreves bem, miúdo! :)
Obgdo Rosa! Os elogios são sempre bem vindos!
Existem surpresas que mesmo os lobos do mar não prevêem!!! Beijinhos
Os segredos de Neptuno todos condensados nos cabelos das sereias que seduzem os lobos do mar...
Não escreves "apenas" bem... As tuas letras fazem-me sonhar na brisa...
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